31 de maio de 2010

A cura pela igualdade

Trechos da entrevista com Dr. Walter Ferreira da Rosa Ribeiro, um dos pioneiros da Gestalt-Terapia no Brasil, autor do livro Existência - Essência - Desafios Teóricos e Práticos das Psicoterapias Relacionais.

Como surgiu a gestalt terapia?

Nossos gurus são um casal de judeus alemães, Frederick e Laura Perls. Eles eram psicanalistas muito estudiosos e, no início do século 20, a Alemanha era um local de intensa ebulição cultural. Inspirados na fenomenologia, nos ensinamentos de Edmund Husserl, Friedrich Nietzsche e Henri Bergson, eles começaram a duvidar do sistema de análise e acharam que você tinha que ter uma relação mais olho no olho, mais horizontal com os pacientes. O nome “gestalt” é um pouco enganoso, é uma palavra alemã que quer dizer configuração, forma, todo. Eles decidiram usar esse nome porque remetia à ideia de que o ser humano é contextual, um ser abordado globalmente na sua existência.

No que a gestalt difere de outras abordagens da psicologia?

A diferença fundamental é que você deixa de tratar o outro como um inferior, como um doente, e passa a tratá-lo como um igual. Na nossa civilização, foi implantado há muitos séculos um sistema hierárquico de convivência. Nós achamos que esse sistema é responsável pela maior parte dos distúrbios e desajustes da pessoa. Assim, essa abordagem significa tratar o outro como um sábio que foi obrigado a esquecer a sua sabedoria. E fez isso para se adaptar melhor aos meios hostis em que nós sempre vivemos, para ser aceito e amado, quando, na realidade, o anseio de todo o ser humano é ser aceito e amado pelo que ele é — não pelo que ele deveria ser. Daí a dificuldade de entender essa proposta. Ela conflita com todas as crenças da nossa cultura europeia, ocidental.

Esse sistema hierárquico foi absorvido pelos consultórios?

Pela sociedade como um todo, pelo nosso ensino, pelas nossas famílias. Você não foi tratada na sua família como uma igual a seus pais. Foi tratada como um serzinho que não sabe nada e que deve ser moldado à forma — à gestalt — dos seus pais. Por isso, o nome “gestalt” é enganoso.

A gestalt pode ser usada em quais circunstâncias?

Em todas. Ela objetiva examinar a sua vida e em quais pontos suas crenças e valores estão te perturbando. Alguém que esteja sofrendo por não ter um namorado ou namorada, por exemplo, pode ter alguns vícios de comportamento ou talvez isso ocorra pela dificuldade de encontrar pessoas com as quais ela se afine melhor. Uma das coisas que nós consideramos é que a nossa cultura tem verdades demais e nós as temos enfiadas nas nossas cabeças há muito tempo. Nós herdamos crenças e valores que são dificultadores do convívio.

Por exemplo?

O homem é diferente da mulher. Em quê? A sociedade exige que ele tenha determinandos comportamentos. Quando eu comecei a fazer terapia, há uns 800 anos (risos) — e terapia é um péssimo nome, porque indica doença, e não é doença, é vício de comportamento —, uma das coisas que eu percebi foi que fazia mais de 20 anos que eu não derrubava uma lágrima. O homem não chora, não é mesmo? O homem é treinado, adestrado para não chorar, para esconder suas emoções. E a mulher é treinada para ser subjugada, frágil, alguém que sempre precisa de amparo. A única vantagem que as mulheres levam com isso é que elas conseguem desenvolver a maior arma que nós temos para o conhecimento: intuição. A análise usa a razão, chega a conclusões com base em um conhecimento passado. Só que esse passado pode ser a pseudosabedoria daquele que está no papel de terapeuta.

O tratamento — ou essa busca de si mesmo — seria mais como uma conversa, algo mais humano?

Mais humano e menos invasivo. Nós cultivamos uma honestidade intelectual, no sentido de que alguém dentro de você sabe o que é melhor para você, mas você perdeu esse contato por causa de uma educação que te tirou dessa visão. E aí entra também o aspecto político da coisa: não existe instituição política, religiosa, que não queira impor ao seus membros as suas verdades. O que fazemos é lidar com a máquina de criação de valores que cada um tem dentro de si e que está enferrujada.

Isso é maravilhoso. Mas é uma coisa bem difícil, não?

Não é difícil, é quase impossível. As argamassas de condicionamento que nós temos são muito fortes. E quanto mais a pessoa é sofrida, mais ela é agarrada às suas crenças. A gente se desvaloriza em relação às nossas próprias crenças. Uma pessoa que tem autoconfiança e autoestima não tem problema. Ela tem as respostas, não prontas dentro dela, mas ela tem a capacidade de procurar as respostas de que precisa. Mas a sociedade — a educação, e todos os outros ramos — quer que você acredite nas respostas dela para que você fique dependente. E você, ficando dependente, é mais útil à sociedade do que a você mesmo. O conflito entre o indivíduo e a sociedade é genuíno. Você tem que, com serenidade, buscar ajustamentos criativos para sobreviver da melhor forma possível. É uma coisa simples, mas dificílima. O nosso treinamento é todo para tentar curar o outro, sem virar os olhos para dentro de si. O psicólogo que não se cuida, que não sabe direito quem ele é, será um adestrador, porque considera o outro uma massa de modelagem.

Então o psicólogo que trabalha com a gestalt acaba criando uma relação com o paciente?

Claro. Você não tem um pacote único de receita para lidar com todos. Se a pessoa é mais lesada, você a trata em função daquele sofrimento maior que ela teve para que ela perceba o quanto está acreditando pouco em si. Na hora em que o próprio psicólogo consegue acreditar nisso, ele passa essa crença para a pessoa. Isso é a intuição. Não com palavras, nem com convencimentos, mas com a atitude humana de acreditar ou não.

Por conta dessa forma de encarar as coisas, a gestalt sofre preconceito por parte dos psicólogos?

Demais. A gestalt está crescendo deturpadamente. A grande maioria dos profissionais que se intitulam dessa forma não entendeu a essência da coisa. E isso não é um processo consciente ou maldoso, mas por conta da própria formação cultural. Eles acham que essa postura vai tirar a força e a autoridade deles. Quando é justamente com a autoridade que nós pretendemos acabar. É a autoridade que está levando a humanidade para o buraco.

E há muitos profissionais que trabalham com a gestalt?

O profissional convertido plenamente ainda é extremamente raro. Mas tem muita gente utilizando as palavras da coisa, falando só da boca para fora. Esse é um ponto essencial: é preciso trabalhar muito mais com a emoção do que com a razão. Mas a nossa cultura está cultuando a razão e nós estamos cada vez mais distantes de nós mesmos. A aproximação do homem de si mesmo o coloca meio como um pária na sociedade, porque ele fala diferente. Aí está uma comparação interessante: a gestalt está para aquilo que se chama de terapia assim como a pedagogia de Paulo Freire está para aquilo que se chama de ensino.


Saiba mais:

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/05/22/cienciaesaude,i=193865/ENTREVISTA+WALTER+RIBEIRO.shtml
http://www.cegest.org.br/paginas/colunas/walterRibeiro.htm

24 de maio de 2010

Constelações Familiares

workshop sobre terapia por constelações familiares
 Teresina-pi
constelacoesfamiliares.pi@gmail.com

O que é a constelação familiar?

20 de maio de 2010

Estratégias de aprendizagem



Definições:

Para Rigney (1978) São operações e procedimentos cognitivos utilizados para adquirir, reter e recuperar diferentes tipos de conhecimento e desempenho.
Gagné (1980) Capacidades internamente organizadas que orientam a aprendizagem e,quando desenvolvidas, o qualificam como auto aprendiz.
Warr e Bunce (1995) São atividades de processamento de informações usados por aprendizes no momento da codificação, com a finalidade de facilitar a aquisição, armazenagem e subseqüente recuperação da informação aprendida.
Pozo (1999) Procedimentos que se aplicam, de modo controlado, dentro de um plano projetado deliberadamente com a finalidade de alcançar uma meta fixada. Elas requerem planejamento e controle de sua execução.

Warr e Allan (1998) Classificão as estratégias de aprendizagem em :

1) Cognitivas 2) Comportamentais 3) Auto – reguladoras

1) Estratégias Cognitivas:

a) Repetição mental
b) Organização
c) Elaboração

2) Estratégias Comportamentais

a) Procura de ajuda interpessoal
b) Procura de ajuda de material escrito
c) Aplicação prática

3) Estratégias Auto – regulatórias

a) Controle emocional
b) Controle motivacional
c) Monitoramento da compreensão

Questões FMS – Piauí 2010

25. As estratégias comportamentais de aprendizagem são:

(A) controle emocional, procura por ajuda interpessoal e aplicação prática.
(B) procura por ajuda interpessoal, procura por ajuda de material escrito e aplicação prática.
(C) controle motivacional, controle emocional e aplicação prática.
(D) repetição mental, controle motivacional e controle emocional.
(E) procura por ajuda interpessoal, repetição mental e elaboração.

26. São atividades de processamento de informações usadas por aprendizes, com a finalidade de facilitar a aquisição, a armazenagem e a recuperação de informação, envolvendo processos manifestos e ocultos e variando entre indivíduos e situações.

(A) Estratégias comportamentais de motivação.
(B) Locus de controle.
(C) Estratégias de aprendizagens.
(D) Estratégias auto-reguladoras.
(E) Estratégias de aprendizagem cognitivas.


Referência:

Pantoja, M. J., & Borges-Andrade, J. E. (2009). Estratégias de aprendizagem no trabalho em diferentes ocupações profissionais. Disponível em http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_833.pdf




16 de maio de 2010

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
Ruim - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.
Então o velho disse:
- Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
- Qual é o gosto?
- Bom! disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal? perguntou o Mestre.
- Não... -disse o jovem.
O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda.
Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.
Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.
Em outras palavras:
É deixar de Ser copo para tornar-se um Lago.

8 de maio de 2010

13. Mesmo que tenha que fazer isso em segredo, seja gentil


Princípios do Keithismo do livro de Jéssica pallington, “o que Keith Richards faria em seu lugar?.
Site da folha http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u731180.shtml

6 de maio de 2010

Pref. de Teresina Psicólogo 2010.


31. De acordo com Salovey e Mayer, as informações de natureza emocional são processadas por meio das seguintes etapas:

(A) avaliação, regulação e utilização.
(B) sociabilidade, realização e abertura à experiência.
(C) avaliação, realização e abertura à experiência.
(D) avaliação, realização e utilização.
(E) abertura à experiência, regulação e utilização.

Três processos são utilizados para processar informações de cunho emocional:

Avaliação: Refere-se à análise de expressões de suas próprias emoções e de outras pessoas e a escolha de uma melhor maneira de expressar emoções em um dado contexto.

Regulação: Inclui o mecanismo de controlar as próprias emoções e humores e reagir adequadamente no convívio social.

Utilização: Possibilita ao indivíduo o uso adequado das emoções durante a resolução de problemas cotidianos ou em situações que exijam um raciocínio complexo, permitindo - lhe elaborar adequadamente planos futuros, manter pensamentos criativos e buscar caminhos para o alcance de metas.

32. Aspecto central da saúde mental é uma característica que expressa elevado nível de autoconhecimento, ótimo funcionamento e maturidade, fundamentando-se em atitude positiva em relação a si mesmo. Essa afirmativa refere-se ao (à)

(A) crescimento pessoa.
(B) auto-aceitação.
(C) relacionamento positivo com os outros.
(D) domínio do ambiente.
(E) autonomia.

Para Ryff e Keys (1989) Há seis componentes do bem - estar:

Auto – aceitação: Aspecto central da saúde mental, trata-se de uma característica que revela elevado nível de autoconhecimento, ótimo funcionamento e maturidade. Atitudes positivas sobre si mesmo emergem como uma das principais características do funcionamento psicológico positivo.

Relacionamento positivo com outras pessoas: Refere-se a fortes sentimentos de empatia e afeição por todos os seres humanos, capacidade de amar, manter amizade e identificação com o outro.

Autonomia: São seus indicadores o lócus interno de avaliação e uso de padrões internos de auto-avaliação, resistência à aculturação e independência acerca de provações externas.

Domínio do ambiente: Capacidade de criar ou escolher ambientes adequados as suas características psíquicas, participação acentuada em seu meio e manipulação e controle de ambientes complexos.

Propósito de vida: Manutenção de objetivos, intenções e de senso de direção perante a vida, mantendo o sentimento de que a vida tem um significado.

Crescimento pessoal: Necessidade de constante crescimento e aprimoramento pessoais, abertura a novas experiências, vencendo desafios que se apresentam em diferentes fases da vida.

Fonte:

GONDIM , SIQUEIRA, Emoções e afetos no trabalho in Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. & Bastos, A. V. B. (2004). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed. 
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