15 de maio de 2011

Técnicas de ludoterapia e suas implicações II

Resumo do artigo Técnicas da gestalt terapia aplicada a ludoterapia de Myriam Moreira Protasio que você encontra na íntegra aqui:
http://www.ifen.com.br/revistas/ludoterapia/artigo_2.html


O primeiro recurso que o terapeuta tem é ele próprio, com sua disponibilidade e intencionalidade para aquele encontro.

Myriam Protasio


Livros Infantis

O terapeuta pode ter em seu consultório vários livros infantis. Hoje em dia é possível encontrar textos com ilustrações bastante sensíveis explorando inúmeros temas pertencentes ao mundo das crianças. Quando uma criança escolhe um destes livros abre-se um tema a ser explorado, um universo afetivo a ser compreendido.

O corpo

Na ludoterapia pode-se fazer brincadeiras como “o macaco mandou” ou imitar animais em seus movimentos ou sentimentos. Pode-se jogar bola, correr, pular, ir a um trepa-trepa. Pode-se dirigir a criança num relaxamento onde ela imagina-se com uma lanterna na mão passeando por dentro de seu corpo. Pode-se-lhe pedir que pare quando sentir um músculo mais tenso ou uma dor e que então descreva o que está percebendo ou sentindo. Ela pode deitar-se sobre um papel e o terapeuta desenhar seu contorno que será depois “vestido”. Ela pode também fazer um desenho livre de seu corpo sobre um grande papel. A parede pode ser usada para registrar o crescimento dela. É sempre uma surpresa constatar a mudança de tamanho. O espelho também pode ser utilizado. A criança pode gostar ou não do que vê. Pode ser simpática ou agressiva a si mesma através do espelho. O terapeuta pode usar também o espelho para demonstrar a incongruência entre a fala e a expressão.

Dramatização

A criança pode fazer um brincadeira dramática livre utilizando os objetos da sala como a casinha de bonecas, objetos de casinha, bonecas, fantoches, bonecos, armas, carros etc.. Nestas brincadeiras, quando o terapeuta é convidado a contracenar, é importante que ele atue segundo instruções da criança para que não represente o personagem por seus próprios critérios, mas pelos critérios da criança.

Pode-se construir com a criança uma caixinha dos sentimentos. Criança e terapeuta juntos nomeiam os sentimentos que conhecem que são então escritos num papelzinho e guardados na caixa. Posteriormente pode-se sortear um ao acaso e representá-lo para que o outro adivinhe do que se trata. É uma forma de exercitar a criança a compreender os sentimentos dos que a cercam e os seus próprios.

Testes projetivos

TPO – Teste projetivo Ômega, CAT –Teste de apercepção temática para crianças, Rorschach – Teste psicodiagnóstico de Hermann Rorschach e outros.

No psicodiagnóstico este material é utilizado para recolher dados úteis na elaboração da conclusão psicodiagnóstica. Na ludoterapia o terapeuta pode utilizá-los como recurso para explorar com a criança os significados externados. De forma que o material produzido é discutido, pensado e questionado, e o que importa é o significado emergente.

Jogos

Baralho, jogo da velha, memória, loto, ludo, boliche, bolade-gude, belisca, risk, espião e muitos outros que se pode comprar à vontade nas prateleiras de jogos para crianças.No processo terapêutico pode-se trabalhar a forma como a criança joga, conhecer sua forma de raciocinar, como lida com a competição, quais suas maiores preocupações durante um jogo etc.. Outras vezes a criança é introduzida num jogo não conhecido anteriormente e pode-se conhecer sua forma de lidar com estas situações.







Fonte:

PROTASIO, Myriam Moreira. Técnicas da gestalt terapia aplicada a ludoterapia.

Saiba mais:

Revista de Ludoterapia do Instituto de Psicologia fenomenológico-existencial do Rio de Janeiro - IFEN
http://www.ifen.com.br/publica.html

13 de maio de 2011

Técnicas de ludoterapia e suas implicações

Resumo do artigo  Técnicas da gestalt terapia aplicada a ludoterapia de Myriam Moreira Protasio que você encontra na íntegra aqui:
http://www.ifen.com.br/revistas/ludoterapia/artigo_2.html



Existe um número interminável de técnicas específicas para ajudar as crianças a exprimir sentimentos por intermédio do desenho e da pintura. Independente do que a criança e eu escolhemos fazer em qualquer sessão, o meu propósito básico é o mesmo. Minha meta é ajudar a criança a tomar consciência de si mesma e da sua existência em seu mundo. Cada terapeuta encontrará o seu próprio estilo para conseguir esse delicado equilíbrio entre dirigir e orientar a sessão, de um lado, e acompanhar e seguir a direção da criança, de outro.
Violet Oaklander


Desenho

Desenho livre: a criança manifesta o desejo de desenhar. O terapeuta acompanha o processo de criação, observa e, junto à criança, explora o sentido particular expresso pelo desenho. Ao fazer isto o terapeuta estará possibilitando a conscientização da criança de sua intencionalidade, ou seja, daquilo que a motiva a criar este desenho, a usar estas cores, a posicionar as figuras desta forma etc.

Desenho dirigido: o cliente cria e desenha livremente, mas o tema é proposto ou sugerido pelo terapeuta. O objetivo do terapeuta é explorar através do desenho questões pertinentes àquele cliente. Assim, pode pedir, por exemplo, que a criança desenhe sua família, seu mundo, seu quarto, sua casa, sua rotina, dê cor aos seus sentimentos, desenhe seus amigos como animais (adaptando o bestiário) etc.. O bestiário é uma possibilidade bastante útil no sentido de conscientizar a criança de seus sentimentos sobre as pessoas que a cercam.



Vivências de fantasias

O primeiro passo em qualquer vivência de fantasia é promover o relaxamento. Este pode ser dirigido pelo terapeuta. Pede-se a criança que tire os sapatos, deite-se confortavelmente e feche os olhos. Muitas crianças não gostam de tirar seus sapatos, outras de deitar e muitas outras de manter seus olhos fechados. Seus limites são sempre respeitados depois de uma rápida conversa que esclareça em que se constitui esta limitação. É importante lembrar que qualquer proposta trazida pelo terapeuta deve colocar-se sempre aberta para a recusa da criança. A reação da criança deve ser utilizada para compreender a forma como ela atua e promover a conscientização sobre sua forma de estar-no-mundo.

Retomando o relaxamento, é pedido à criança que se deite confortavelmente e mantenha os olhos fechados. O terapeuta, em voz pausada e suave, vai dirigindo-a a seu espaço próprio, conscientizando-a de que existe um espaço somente ocupado por cada um de nós, que ninguém pode entrar a menos que seja convidado, fisicamente ou por pensamentos. Neste espaço somente ele detém o comando. Pede-se à criança que observe sua respiração, tente apreender seu ritmo respiratório. É pedido à criança que não interfira no ritmo respiratório, apenas observe, e em seguida ela é dirigida num passeio por seu corpo, que pode começar pelo dedão e sola do pé e seguir até o alto da cabeça. No final deste trabalho a criança deverá estar suficientemente relaxada e o terapeuta pode então levá-la para a “viagem de fantasia”. É dito à criança que vai-lhe ser contada uma história, que ela vai “viver” esta história, e que, quando acabar o trabalho, vai-lhe ser pedido que desenhe ou relate o que encontrou no final. O terapeuta pretende conhecer o mundo da criança relatado à partir do trabalho, explorando suas motivações e significados.

Fantasia da roseira

Consiste em pedir-se à criança que imagine que é uma roseira. Muitas sugestões são então dadas a título de estimulação objetivando facilitar a associação e criação da criança. Pede-se à criança que imagine que tipo de roseira é, se é mesmo uma roseira ou é outro tipo de flor, se tem espinho, se é grande ou pequena, alta ou baixa, em que lugar está, se está só ou acompanhada, como são seus companheiros, como se sente neste lugar, onde é este lugar, quem cuida dela? A criança é então dirigida de volta de seu espaço próprio para nosso lugar comum e é-lhe pedido que desenhe a roseira que imaginou sem preocupar-se com a qualidade do desenho, pois poderá dar as explicações que quiser sobre o que desenhou.

Recursos artísticos: tinta, massa, argila, cola, água

A utilização pode ser livre ou dirigida: a criança pode criar livremente e o terapeuta buscará articular com ela o sentido do que está vivenciando, ou o terapeuta pode sugerir-lhe que expresse algum sentimento através da argila, ou utilizando tinta da cor de sua preferência. Enquanto a criança utiliza este material é possível ao terapeuta atento perceber a forma como ela utiliza o espaço, o material e como está sua motricidade fina e ampla.

Histórias e poesias

Sua utilização na terapia pretende a exteriorização de sentimentos e idéias em palavras. Isto não é uma tarefa fácil para todas as crianças, mas é um caminho bonito de ser trilhado. Pode-se propor uma história interativa, construída em dupla pelo terapeuta e o cliente. Alguém começa, o outro completa, depois o outro traz uma nova frase, depois o outro, assim até que considerem a história encerrada. Pode começar assim: “Era um dia especial...”.

A poesia é também interessante e pode ser trabalhada de forma interativa. Pode-se pedir à criança que escreva uma poesia comunicando à sua mãe seus sentimentos. A poesia dispensa muitas informações e pode ser mais direta que uma prosa, o que torna o exercício bastante emocionante.

A criança pode fazer uma redação com um tema proposto pelo adulto. Outras vezes ela própria escolhe sobre o que escrever.


Curso de Psicologia Infantil


Fonte:

PROTASIO, Myriam Moreira. Técnicas da gestalt terapia aplicada a ludoterapia.


Saiba mais:


Revista de Ludoterapia do Instituto de Psicologia fenomenológico-existencial do Rio de Janeiro - IFEN
http://www.ifen.com.br/publica.html
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