No final da década de 80, numa conjuntura de seca surge um programa emergencial com a finalidade de realizar ações básicas de saúde no sertão cearense priorizando a educação em saúde, diante do sucesso em 1988 o programa abandonou o caráter emergencial e adquiriu característica de extensão de cobertura e de interiorização da saúde.
Em 1991 o ministério da saúde legitimou o PACS e lançou o programa com os objetivos de desenvolver ações básicas de saúde; identificar fatores determinantes do processo saúde/doença; desencadear ações de promoção de saúde e prevenção de doenças. O agente seria o elo de ligação agindo junto à comunidade como facilitador. O sucesso do PACS e o aparecimento de outras experiências fomentaram a discussão acerca do esgotamento do modelo de atenção básica á saúde, com reflexões sobre o enfoque na família e não no indivíduo, o agir preventivo sobre a demanda e a adoção de práticas não-reducionistas. Em 1994 iniciou-se a formulação de diretrizes do PSF, definido como um modelo de assistência à saúde que desenvolveria ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade mais tarde passou a ser considerada como uma estratégia capaz de (re) estruturar os sistemas municipais de saúde, visando à reorganização do modelo de atenção, contribuindo para uma nova dinâmica dos serviços e ações de saúde.
Uma das premissas básicas do agente de saúde é residir na comunidade onde irá trabalhar, ele tem a função de traduzir para a equipe de saúde a realidade da comunidade e seus modos de andar a vida, trazendo informações que extrapolam a questão da doença, mas que são fundamentais para a compreensão do cotidiano local e para a construção do vínculo usuário-profissonal de saúde.
As composições das equipes de saúde apontam para a multiprofissionalidade fazem parte da equipe: médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, o agente comunitário atua facilitando a ampliação do acesso à unidade, traduz para a equipe os modos de vida das pessoas na comunidade, e esta se configura como condição determinante para configurar a organização do trabalho da equipe e formatar suas ações.
Faz-se uma comparação do agente de saúde com o elo na medida em que serve apenas como veículo de informações, como se ele estivesse preso em sua própria corrente, como elos que se enroscam, conformando um nó; sendo laço quando conseguem estabelecer um território comum gerando ações comuns onde os sujeitos e seus saberes interagem e dialogam, gerando laços comuns que sustentam a existência desse espaço de encontros.
Referência:
SILVA, R. V. B., STELET, B. P., PINHEIRO, R., GUIZARD, F. Do Elo ao Laço: o Agente Comunitário na Construção da Integralidade em Saúde in Pinheiro, R. & Mattos, R.A. (orgs.). (2006). Cuidado: As Fronteiras da Integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ; ABRASCO. 3ªed.
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