O Grupo de Apoio Fraterno- GAF é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo prestar apoio emocional a pessoas propensas a prática do suicídio. Há 23 anos atuando no Piauí, o GAF atualmente conta com um número de trinta voluntários, que são escolhidos através de uma seleção para prestar atendimento ao público que necessita de um “ombro amigo” para escutá-lo. “Aqueles que se disponibilizam a serem voluntários para o GAF tem que passar por vários estágios, até que ele se enquadre dentro do perfil de conduta esperado pelo grupo”, explicou a presidente do GAF, Maria Zélia.
De acordo com a presidente do grupo, a filosofia seguida pelos voluntários do GAF é baseada no psicólogo americano Call Rogers, que tem na abordagem centrada na pessoa: na valorização da vida humana. “As pessoas são acostumadas a dar conselhos para as pessoas. Aqui nós não trabalhamos com direcionamentos, apenas escutamos as pessoas e compartilhamos com ela seus sentimentos”, ressalta Maria Zélia. Pra o Grupo de Apoio Fraterno o importante é respeitar a posição do possível suicida, já que somente ele é o responsável pela sua vida.
Segundo a abordagem centrada na pessoa, os voluntários devem perceber qual a potencialidade da pessoa no momento. “Nosso objetivo é ouvir a pessoa, dizer a ela que ela não está sozinha, mas sempre questionando se é essa decisão (suicídio) que ela quer de verdade, pois com isso, nós fazemos com que ela reflita”, completa.
Para ser um voluntário o candidato tem que satisfazer critérios como: saber ouvir, ter idade acima de 18 anos, disponibilidade de tempo (4h e 30min por semana), além de ser uma pessoa centrada emocionalmente. Mas este último critério, segundo a presidente do grupo, vai sendo adquirido com o tempo durante o treinamento. “A abordagem faz com que a pessoa se descubra, se ela pode realmente desenvolver esse trabalho. É bem difícil achar voluntários que se encaixem no perfil esperado, mas grande problema ainda é a falta de disponibilidade de tempo”, disse.
GARANTIA DE SIGILO ABSOLUTO
O GAF recebe de 600 a 900 ligações por mês, sendo que a maioria delas é recebida durante o dia e são feitas por mulheres. “Nós adotamos a tática do sigilo absoluto. Os funcionários não comentam nada do que é dito pelos possíveis suicidas com absolutamente ninguém. Por isso que as pessoas sabem que podem ligar e que o que é dito não será repassado”, afirma Maria Zélia.
O grupo vive de doações, que tem nos próprios voluntários a maior fonte de renda, incentivos da Prefeitura de Teresina, que cedeu o espaço físico e alguns materiais, apoio do Governo do Estado e a doação da linha telefônica utilizada no atendimento pela Operadora Oi. A divulgação do serviço é feita através de panfletos postos em ônibus, entrevistas concedidas aos diversos meios de comunicação do Estado e palestras para o público em geral. Para aqueles que desejam ser ouvidos pelo GAF basta ligar para o número: 3222-0000.
FONTE:
http://180graus.brasilportais.com.br/geral/piaui-tem-o-3o-maior-indice-de-suicidios-no-nordesteconfira-238104.html
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