O dialógico é a exploração do entre.
Hycner (1997) a define como uma abordagem sentida, em que num contexto relacional a singularidade da pessoa é valorizada enfatizando uma relação direta e mútua.
Pode-se dizer que é ‘um modo de ser’, definindo-se como uma abordagem; uma atitude ou postura em relação a existência humana e um processo de psicoterpia que se caracteriza por propostas únicas para situações únicas.
Na psicoterpia dialógica a pessoa é vista como um todo, o terapeuta tenta entender a pessoa na sua totalidade,é claro que em diferentes estágios da psicoterapia um outro aspecto precisa ser enfatizado, mas , acima de tudo, um terapeuta de orientação dialógica tenta manter presente o contexto todo – assim como a tensão em observar a alternância rítmica entre eles(pág. 35)
O dialógico abrange duas posturas polares: o Eu – Tu e o Eu – Isso, estas são as duas atitudes primárias que um ser humano pode assumir em relação aos outros(pág. 32)
O Eu - Tu é uma atitude de conexão natural enquanto o Eu – Isso de separação também naturais, é preciso lembrar que a vida saudável requer sempre uma alternância entre esses dois pólos, assim como o feto que é profundamente carne da mãe e ainda assim, também, está formando seu corpo e se preparando para a separação.
O Eu – Tu é o apreciar a alteridade, a singularidade, a totalidade do outro, enquanto isso acontece também com o outro, esta é uma experiência mútua, uma experiência de encontro.
O Eu – Isso é uma atitude dirigida para um propósito, é uma coisificação do outro, essa atitude não é errada ou má, ela é um aspecto necessário do tornar-se humano. mas é sua esmagadora predominância no mundo moderno que a torna problemática, até mesmo trágica (pág. 34)
Os hífens do termo Eu – Tu e Eu – Isso são profundamente simbólicos , significam que a orientação com que alguém se aproxima dos outros é sempre relacional e, reciprocamente, reflete-se de volta para a própria pessoa, pois se me aproximo dos outros com uma atitude Eu – Tu, isso irá se refletir de volta em como me aproximo de mim mesmo (pág. 34).
Ironicamente não se pode ter como meta um encontro Eu – Tu , pois ao fazer-se este se torna um Eu – Isso, só podemos preparar o terreno para que ele ocorra, pois como afirma Buber o tu me encontra por meio da graça, não é alcançado pela procura (Buber, 1958 apud HYCNER pág. 34)
Referência:
HYCNER, R.; A base Dialógica in HYCNER, R.; JACOBS, L. Relação e Cura em Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 1997.
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