Hipertimia
Hipotimia
Apatia ou indiferença afetiva
Sentimento de falta de sentimento
Sentimento de insuficiência
Sentimentos sem objeto
Sentimentos inadequados
Qualidades novas dos sentimentos
Pânico
Sentimentos de presença
O enfermo tem a certeza imediata de que alguém está ao seu lado, atrás dele, sente a presença de alguém que nunca é visto, porém está certo de que está próximo ou se afasta. Santa Margarida Maria, modesta freira da Ordem da Visitação, a partir de certa época "renunciou a todos os seus desejos naturais de felicidade, de estima e de repouso, pela doação constante de si mesma". Durante esta fase começou a perceber algo estranho e indefinível, uma espécie de sentimento de presença, como se o Senhor estivesse sempre ao seu lado. Não O via com os olhos, nem ouvia a Sua voz, mas tinha a certeza de que Ele a acompanhava em todos os lugares. "Sentia-O como se estivesse continuamente junto dela, e este sentimento causava-lhe a consternação mais profunda, revelando-se até nas suas atitudes físicas, pois, quando só, conservava-se prostrada no chão ou de joelhos."
Irritabilidade patológica
Bleuler considera a irritabilidade patológica como uma predisposição especial ao desgosto, à ira e ao furor. Observa-se com freqüência em neurastênicos, nos quais o sintoma bem característico é a chamada "debilidade irritável". Os enfermos manifestam impaciência, irritabilidade, aumento da capacidade de reação para determinados estímulos e intolerância pelos ruídos. Nesses casos, como Bumke salientou, a perturbação consiste, na realidade, no aumento da tonalidade afetiva própria das percepções: tanto assim que se pode verificar certa contradição na conduta dos doentes, os quais sofrem mais com a falta de consideração do ambiente do que propriamente com os ruídos produzidos no meio exterior.
Nas personalidades anormais (psicopatas) explosivas, o sintoma principal é a irritabilidade patológica. Nesses anômalos existe um grau elevado de reatividade emotiva, unido a uma extraordinária tensão afetiva, que se descarrega sob a forma de reações de tipo "curto-circuito": paroxismos coléricos ou furiosos que põem em perigo a vida de pessoas do ambiente. Esses indivíduos, por exemplo, ouvem uma palavra qualquer e, antes que tenham compreendido o seu verdadeiro sentido, reagem de maneira explosiva, respondendo com insultos ou com atos de violência.
Curso de Psicopatologia da infância e Adolescência.
Tenacidade afetiva
Tenacidade afetiva consiste na persistência anormal de certos estados afetivos, como o ressentimento, o ódio e o rancor. Em virtude dessa fixação prolongada de sentimentos desagradáveis, o enfermo está sempre de mau humor e encara todos os acontecimentos da vida através de um prisma pessimista. Bleuler chamou a atenção para o fato de que, na epilepsia, os estados emotivos de excitação, uma vez estabelecidos, duram um tempo anormalmente longo, ainda que possam ocorrer no mesmo período certos acontecimentos que, por sua natureza, despertam sentimentos agradáveis. "Um pequeno desgosto" - diz Bleuler - "pode durar dias em um deficiente mental. Tais enfermos têm uma ductilidade afetiva muito pequena. Em pessoas que não estão doentes mentalmente, pode-se observar uma duração excessiva dos estados emotivos, fazendo com que não possam sair de uma distimia e, por exemplo, devam levar sempre consigo um ódio."
Instabilidade afetiva
A instabilidade afetiva é um estado especial em que se produz a mudança rápida e imotivada do humor, sempre acompanhada de extraordinária intensidade da reação afetiva, que se processa com duração muito limitada.
Incontinência emocional
A incontinência emocional é uma forma de alteração da afetividade que se manifesta pela facilidade com que se produzem as reações afetivas, acompanhadas de certo grau de incapacidade para inibi-Ias. Diz Bleuler, que a maioria dos pacientes com incontinência emocional, apresenta uma falha de autocontrole. Tem de ceder diante dos acontecimentos mais insignificantes, tanto no que se refere a sua expressão como à ação que deles se deriva. Bleuler cita o exemplo de um deficiente mental que não podia jogar cartas porque denunciava seu jogo com a fisionomia
Sugestibilidade patológica
É uma alteração de ordem tanto afetiva quanto volitiva. Trata-se de uma predisposição psíquica especial, que determina uma receptividade e uma submissão muito fáceis às influências estranhas exercidas sobre o indivíduo. No terreno puramente psíquico, encontra-se a sugestibilidade nos histéricos, razão pela qual se tornam esses enfermos muito favoráveis à produção de estados hipnóticos, de sintomas somáticos e até mesmo de sintomas psicóticos - as chamadas perturbações mentais induzidas ou por contágio mental. Em alguns histéricos, a sugestibilidade é exercida tanto no domínio da vida interior (auto-sugestibilidade) quanto em relação ao meio exterior (hétero-sugestibilidade).
Puerilismo
O termo puerilismo é empregado em psiquiatria para designar as alterações mentais caracterizadas pela regressão da personalidade adulta ao nível do comportamento infantil. Em conseqüência, o enfermo adota inconscientemente as atitudes, a linguagem e o estado de ânimo de uma criança.
Trata-se de uma verdadeira regressão da vida mental aos estágios da infância. Essa regressão se exterioriza através da atitude, da mímica, da linguagem e das ocupações do enfermo, "traduzindo a natureza pueril de seus sentimentos, gostos, tendências e apetites".
Na descrição de Dupré e Devaux, esse estado se manifesta ligado a profundos transtornos da memória e a um verdadeiro estado demencial. O puerilismo é observado, também, em neuróticos (histeria), em casos orgânicos (demência senil, tumores cerebrais) e, transitoriamente, "como reação a determinadas situações existenciais críticas, em que esse transtorno adquire a significação de uma defesa neurótica do eu contra a angústia. Em tais casos, não há dissolução definitiva da personalidade adulta, mas apenas um eclipse acidental da mesma, que, não podendo superar a situação presente intolerável, busca refúgio no passado".
Curso de Transtornos de Personalidade
Bruns e Jastrowitz deram o nome de moria a um estado de excitação alegre associado a certo puerilismo mental. Nesses casos os enfermos fazem bufonarias, caretas, não permanecem quietos um só instante; o humor é extremamente instável; tornam-se cada vez mais exuberantes, loquazes, riem às gargalhadas.
A moria foi descrita primeiro em casos de lesões do lobo frontal (tumores, principalmente) e posteriormente nas demências senis e pré-senis. A intranqüilidade motora e a turvação da consciência são elementos que servem para a distinção entre a moria e a euforia maníaca e a jovialidade e patetice dos hebefrênicos.
Angústia
Blaser e Poeldinger estudaram a evolução do conceito de angústia, admitindo que se deve a Kierkegaard a primeira distinção entre temor referido a um objeto e angústia livre e flutuante desprovida de objeto. Esta distinção foi adotada por Karl Jaspers, em edições posteriores de sua Psicopatologia Geral, tendo deixado claro o seu conceito ao escrever: "Sentimento freqüente e torturante é a angústia. O medo se refere a alguma coisa. A angústia é sem objeto."
Alguém teme algo ou sente medo diante de algo, enquanto alguém se angustia, e nestas locuções se expressa que no temor ou no medo o objeto perigoso aparece mais claramente destacado do indivíduo e é percebido, imaginado ou pensado como uma articulação e uma delimitação clara e determinada, enquanto na angústia os processos do conhecimento que a precedem são, freqüentemente, muito mais vagos e indiferenciados, características que correspondem a estratos psíquicos mais primitivos."
Ambivalência afetiva
Bleuler descreve as acentuações afetivas opostas nos indivíduos normais. Fala de amor e temor ou ódio que uma pessoa pode ter em relação a outra, dos acontecimentos que se temem e são desejados
Honório Delgado define a ambivalência como a "anormalidade das tendências em geral, que se caracteriza na esfera intelectual pela coexistência de juízos contraditórios sobre o mesmo objeto, simultânea afirmação e negação, coincidência do oposto". No plano afetivo, a ambivalência "consiste em experimentar sentimentos opostos, simultaneamente e em relação ao mesmo motivo".
A ambivalência afetiva surge em todas as situações de conflito, especialmente nos neuróticos; mas é na esquizofrenia que a ambivalência se apresenta com os seus aspectos mais característicos e mais extremos.
Fobias
O termo fobia é definido como "um temor insensato, obsessivo e angustiante, que certos doentes sentem em determinadas situações".
A característica essencial da fobia consiste no temor patológico, que escapa à razão e resiste a qualquer espécie de objeção. Refere-se a certos objetos, certos atos ou certas situações. Podem apresentar-se sob os aspectos mais variados: temor obsessivo aos espaços abertos (agorafobia) ou fechados (claustrofobia), aos contatos humanos ou com animais (cães, ratos, baratas), temor de atravessar ruas, de subir ou descer elevadores, de lugares alto
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