A Entrevista Motivacional (EM) é uma técnica descrita
originalmente pelo psicólogo americano William Miller com o objetivo principal
é auxiliar nos processos de mudanças comportamentais trabalhando a resolução
da ambivalência, foi delineada para ajudar os clientes na decisão de mudança
nos comportamentos considerados aditivos, tais como transtornos alimentares,
tabagismo, abuso de álcool e drogas, jogo patológico e outros comportamentos compulsivos.
A
técnica é breve, podendo ser realizada numa única entrevista, ou, como um
processo terapêutico, é comumente desenvolvida em quatro a cinco entrevistas, utiliza
estratégias mais persuasivas do que coercivas e suportivas.
Miller e Rollnick (1991) descreveram cinco princípios para
trabalhar na EM:
1. Expressar empatia: É a habilidade Rogeriana de ouvir reflexivamente. É utilizada para ajudar a clarificar a
ambivalência sem provocar a resistência. Este princípio, de certa forma, é paradoxal,
pois, ao mostrar a aceitação do paciente como ele é, ele estará livre para
mudança ou não.
2. Desenvolver discrepância: É ajudar o cliente a ver e sentir como o seu comportamento ameaça importantes
metas pessoais, evidenciando a distância entre onde a pessoa está e onde ela
gostaria de chegar. O cliente será estimulado a desenvolver a consciência das consequências
de seu atual comportamento.
3. Evitar argumentação: A confrontação gera resistência
e é um sinal para o técnico mudar as estratégias. As discussões são
contraproducentes, por exemplo, fazer com que o cliente, no confronto, aceite o
rótulo da dependência de substâncias.
4. Fluir com a resistência: É mover-se através dela, sabendo reconhecer o momento do cliente, auxiliando
dessa forma na resolução da ambivalência.
5.
Estimular
auto-eficácia: Os clientes não vão considerar a mudança, a não
ser que eles pensem que elas sejam possíveis, é necessário acreditar na
possibilidade de mudança. Auto-eficácia é um elemento básico no processo de
motivação para mudança, define-se como a capacidade percebida do indivíduo para
executar uma resposta de enfrentamento ,ou seja, a auto-eficácia não é ter habilidades, a autoeficácia é a percepção, a
certeza e a capacidade de exercer as habilidades.
Fonte:
Cunha. J. A (Org.), Psicodiagnóstico-V Porto Alegre: Artmed.5° ed. 2000
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