O experimento na Gestalt-terapia não pode
reduzir-se a uma técnica ou coisa mas deve ampliar seu significado, o psicólogo não
pode ser só um controlador de um experimento e observador de dados, ele arma os
experimentos, mas divide o controle e observação com o paciente e
consequentemente o resultado dos experimentos indicam direções para novos
experimentos, quando o cliente segue a experienciar sem o terapeuta, quer dizer
que a terapia está terminada (YONTEF,1998).
KYIAN (2006) cita alguns
experimentos em Gestalt-terapia:
·
Tomada
de consciência: Consiste na criação de possibilidades que contribuem para levar
o indivíduo a tomar consciência de sua própria existência e do que faz com ela.
·
Trabalho
com sonhos: Entende-se que sonhos são mensagens existenciais e o trabalho
possibilita tornar figura o que era fundo, utilizando fragmentos do sonho,
sempre percebendo sua base fenomenológica em que só a pessoa pode compreender o
sonho. No experimento o Gestalt-terapeuta pede para o cliente presentificar o
fragmento do sonho vivendo-o no presente.
·
Cadeira
vazia: Potente instrumento de fechamento de figuras inacabadas e de awareness
do cliente sobre situações interrompidas. Usa-se uma cadeira vazia e guia-se o
cliente para viver os dois lados do conflito, o cliente trabalha com a cadeira
através da imaginação, coloca nessa cadeira vazia a representação de um lado do
seu conflito interior e interage com ele.
·
Monodrama:
mais uma possibilidade de integrar ao indivíduo partes dele mesmo, consiste em o
indivíduo representar todos os personagens (do seu conflito) trocando o papel
sempre que necessário.
·
Exageração:
Exagerar em determinada fala ou gesto que estariam diluídos num relato ou
contexto pouco propício para a awareness.
·
Trabalho
com o corpo: Cabe a percepção do terapeuta mostrar ao cliente o que ele está
fazendo com seu corpo, por exemplo se mexe muito as pernas, ou se fica com os
braços cruzados em determinado momento ou quando fala algum assunto, e a partir
disso integrar e compreender o que está acontecendo no aqui-agora.
·
Outras formas de expressão: Pintura,
escultura, modelagem, música e etc.
A Gestalt – terapia ao se
basear na experimentação permite que o ato psicoterápico seja um campo de
experiência. O experimento é um exercício, um meio de levar o cliente a uma
conscientização, é um instrumento, uma ferramenta do terapeuta, um guia para levar
a pessoa a experienciar ampliando sua awareness e compreensão de si mesmo. (RIBEIRO,
2007, CADELLA, 2002).
Referências Bibliográficas:
CARDELLA,
Beatriz Helena Paranhos. A construção do
psicoterapeuta uma abordagem gestáltica. São Paulo: Summus, 2002
RIBEIRO,
J. P. O Ciclo do Contato: Gestalt –
Temas Básicos na abordagem gestáltica. São Paulo: Summus , 2007
KIYAN,
A. M. (2001). E a Gestalt emerge: vida e obra de Frederick Perls. São
Paulo: Altana.
YONTEF, G. Processo,
diálogo e awareness: ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus.1998
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