O jogo de areia (sandplay)
é uma técnica terapêutica predominantemente não
verbal criada pela analista junguiana, Dora Kalff, na década de 1950, na
Suíça. Consiste, basicamente, na confecção de cenas
com o uso de miniaturas representativas de
várias dimensões do universo, em uma caixa de madeira com fundo azul, contendo
areia seca ou molhada. O toque na areia, a construção
de cenas e a transformação dos cenários parecem, por si só, eliciar o duplo
processo de cura e de transformação, que são a
meta da terapia. Nesse caso, a psique do paciente torna-se um guia mais seguro
do que a própria técnica do terapeuta. Ao brincar com
a areia, o paciente pode entrar em contato com
os aspectos autocurativos presentes em seu inconsciente. As partículas de areia, criadas pela desintegração de rochas, são ideais
para dar forma às imagens simbólicas, que
possibilitam uma conexão entre a consciência e o inconsciente. Os limites da
caixa e a relação de empatia com o terapeuta oferecem
um espaço que, ao mesmo tempo, provê a
liberdade de expressão e a continência protetora, o que encoraja a criança
ou o adulto a experienciar sua vivência num contexto
seguro e sem interpretações.
Apesar da proposta inicial de Kalff
caracterizar jogo de areia no contexto de psicoterapia individual de longo prazo, nos últimos anos o jogo tem sido
utilizado com sucesso em instituições hospitalares e educacionais, tanto com
indivíduos isolados como em grupos.
Bibliografia:
Sant'Anna, P. A., Giovanetti, R. M., Castanho, A. G., Bazhuni, N. F. N., & La Selva, V. A. (2003). A expressão de conflitos psíquicos em afecções dermatológicas: um estudo de caso de uma paciente com vitiligo atendida com o jogo de areia. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872003000100007>
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