Barreto (apud Velthuis; Ferreira, 2004) define a afetividade como:
“O conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões acompanhados sempre de impressão de dor, prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.”
Para Wallon (apud Almeida; Mahoney, 2005) a afetividade refere-se à capacidade do ser humano de ser afetado pelo mundo externo/interno por sensações agradáveis e desagradáveis, o autor ainda diferencia afetividade de emoção, esta como a exteriorização da afetividade, sua expressão motora; do sentimento referindo-se a expressão representacional da afetividade; e da paixão, esta “revela o aparecimento do auto controle para dominar uma situação (idem)”.
O ser humano tem como características possuir vínculos afetivos, a sua afetividade mostra-se na interação com o mundo escolar, sua comunidade, os conteúdos, com a escola como instituição que possui uma história e características próprias, na relação com os alunos, com o professor e com ele mesmo. Em relação ao educador e a afetividade Velthuis e Ferreira (2004) afirmam que:
“Afetividade é se preocupar com seus educandos, é reconhecê-los como indivíduos autônomos, com uma experiência de vida diferente da sua, com direito a ter preferências e desejos nem sempre iguais aos seus. Enfim aceitá-los em suas nuances e respeitá-los.”
Tassoni (2000) declara que no decorrer do desenvolvimento o vínculo afetivo presente na relação mãe-pai-filho amplia-se para a figura do professor, corroborando com o seguinte estudo:
“O professor é, tanto quanto os pais, um modelo de identificação os alunos. Como uma mãe o professor precisa olhar todos os seus alunos (filhos) individualmente. Tentar compreendê-los de tal modo que seja possível trilhar o melhor caminho sobre o que dizer a cada um deles e por quê os conhece, isto é, por que os observa, cuida das suas crianças. Como um pai que ocupa a posição de responsabilidade, o professor atua com o objetivo de fazer com que os direitos e deveres sejam compreendidos e seguidos (Silva, 2006).”
A relação professor-aluno é permeada de afetividade, esta ajuda ou dificulta a finalidade desses sujeitos estarem no espaço escolar, que é o ensino-aprendizagem e a formação e socialização destes indivíduos, no entanto, uma relação afetiva não pode ser confundida com falta de limites, Freire (apud Velthuis; Ferreira, 2004) nos diz “ninguém aprende ou constrói nada no meio do caos. As aulas devem ser estimuladas, mas disciplinadas, ajudando a constante formação do educando”.
Referências:
MAHONEY, Abigail Alvarenga e ALMEIDA,Laurinda Ramalho de. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuição de Henri Wallon. Psicologia da Educação, 2005, vol 20 p.11-30. Issn 1414-06975 .
SILVA, C. S. R. A relação dinâmica transferencial entre professor-aluno no ensino. Ciências & Cognição, vol. 8:165-171, 2006.
TASSONI, Elvira Cristina Martins. Afetividade e aprendizagem: a relação professor-aluno. Anuário do GT de Psicologia da Educação. ANPED, set. 2000.
VELTHUIS, Cleidi Lange; FERREIRA, Cristina, A Valorização da Afetividade no Processo de Ensino-Aprendizagem, In: Revista de divulgação técnico-cientifica do IPC, v. 2, n. 7, 2004, p. 139-142.
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