A Terapia
familiar é um método psicoterapêutico que utiliza como meio de intervenção sessões
conjuntas com os diversos elementos de um sistema familiar, não é uma terapia
da família, mas com a família, aqui o conceito de família é usado em sentido
lato, englobando todos os elementos significativos do contexto em que se vai
centrar a intervenção, considerando a família como uma unidade vital e
duradoura importante para o indivíduo devido aos laços biológicos e emocionais
que a caracterizam e as regras especificas que governam as suas relações.
Em
terapia familiar sistêmica a família é definida como um sistema, isto é, um conjunto
de elementos ligados por um conjunto de relações em continua relação com o meio
exterior, mantendo o seu equilíbrio interno no decurso de um processo de
desenvolvimento complexo, com crises regulares que exigem um reajustar flexível
do conjunto das regras que regulam o funcionamento do sistema familiar.
Os princípios
fundamentais da terapia familiar sistêmica são:
-A família
é um sistema aberto, em relação dinâmica com a comunidade circundante, com duas
tendências fundamentais: a tendência para a homeostasia, através da qual mantem
o seu equilíbrio, e a tendência para a transformação, pela qual a família
desenvolve processos de adaptação e mudança no decurso das suas crises
regulares.
.
- Quando
existe um elemento portador de um sintoma psicológico, deve ser considerado no
seu contexto familiar e social, como sinal de uma homeostasia perturbada no
sistema. Este elemento e tratado em sessões conjuntas com a sua família e/ou
elementos significativos do seu universo relacional.
- A
etiologia dos sintomas psiquiátricos é função de um campo de transações complexo,
em que a causalidade é substituída pela probabilidade e por um determinismo
estruturado, multifatorial e oposto ao reducionismo monocausal tradicional;
- O diagnóstico
é um diagnóstico sistêmico, no qual não é esquecido o papel do terapeuta que também
se comete na análise do conjunto.
Quando
está indicada uma terapia familiar?
-Sempre
que houver uma perturbação no sistema biopsicossocial humano (casal, família,
empresa, grupo de trabalho, etc.). Torna-se, contudo, necessário que o sistema
em causa aceite a intervenção e haja um ou vários terapeutas treinados no
trabalho sistêmico
- Sempre
que através do relato de um indivíduo o terapeuta pressinta a disfunção do
sistema familiar (o clássico padrão do bode expiatório);
-Sempre
que o problema apresentado o seja em termos de interação, como por exemplo, nos
casos de conflito marital, problemas pais-filhos no contexto da adolescência,
crise familiar após separação ou morte, etc.;
- Em situações
patológicas em que seja evidente a importância de trabalhar o sistema
relacional do indivíduo portador do sintoma, como única forma de quebrar a cadeia
de interações que o perpetua, como nos casos de sintomas fóbicos, anorexia mental,
alcoolismo, asma brônquica, tentativa de suicídio juvenil, etc.
A
terapia familiar está contraindicada sempre que exista oposição de toda a família
ou mesmo de um elemento significativo desta. Uma avaliação rigorosa da situação
do sistema pode levar a contraindicação da intervenção, por poder precipitar
uma descompensação para um dos seus membros.
Fonte:
Sampaio,
Daniel. Terapia Familiar sistêmica: Um novo conceito, uma nova prática.
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