31 de agosto de 2009

TRT SÃO PAULO 2008

Questão 28.


A Terapia Cognitiva é um método fundamentado no modelo cognitivo, segundo o qual a emoção e o comportamento são influenciados pela forma como o indivíduo.


(A) atua diante de limites.
(B) atua no mundo, considerando sua subjetividade.
(C) posiciona-se frente a outros.
(D) interpreta os acontecimentos.
(E) aceita as experiências de luto.


A psicologia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo segundo o qual afeto e comportamento são determinados pelo modo como um indivíduo estrutura o mundo, as interpretações que um indivíduo faz do mundo estruturam-se progressivamente, durante seu desenvolvimento, formando regras ou esquemas. Estes esquemas orientam, organizam, selecionam suas novas interpretações e ajudam a estabelecer critérios de avaliação de eficácia ou adequação de sua ação no mundo. Numa analogia, pode-se dizer que funcionam tal como as regras gramaticais na regulação do comportamento verbal.



Fonte: RANGÉ, Bernard (org.) (2001) Psicoterapia comportamental e cognitiva Pesquisa, Prática, Aplicações e Problemas.

29 de agosto de 2009

Distorções cognitivas no paciente deprimido

1. Pensamento dicotômico: É a tendência de interpretar todas as experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (preto/branco, tudo/nada, sempre/nunca, perfeição/fracasso, segurança/perigo total). Ex.: “um sinal imprevisto do meu corpo significa perigo iminente”; ou “se eu não me sair sempre bem (no trabalho etc.), isto significa que sou um fracasso”.

2. Abstração seletiva: é a tendência a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando nisto aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento. Ex.: “sou impotente” (após uma falha erétil)

3. Inferência arbitrária: é a tendência a chegar a uma conclusão (ou regra) na ausência de provas suficientes, ou por meio de um raciocínio lógico falho. Ex.: “não sou atraente para as mulheres” (depois de algumas tentativas de corte infrutíferas).

4. Hipergeneralização: é a tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos. Ex.: “se eu senti medo aqui, vou sentir sempre de novo”; ou “tudo sempre dá errado para mim” (depois de bater com o carro).



5. Desqualificação do positivo: é a tendência a recitar experiências ou fatos positivos por Insistir que “não contam”, por qualquer motivo. Ex.: “sou burra e doente” (mesmo tendo passado em dois vestibulares); ou “não perdi o controle ainda” (desconsiderando que nunca aconteceu nada durante inúmeros ataques de pânico).

6. Erro oracular: é a tendência a antecipar que “as coisas vão dar errado” de qualquer maneira, sem base para essa afirmação. Ex.: “eu sei que vou ser rejeitada”.

7. Raciocínio emocional: é a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma “verdade”. Ex.: “se sinto pânico é porque essa situação é muito perigosa”.

8. Rotulação: é a tendência a descrever erros ou medos por características estáveis do comportamento, por rótulos pessoais. Ex.: “eu sou um fracasso” em vez de “falhei nisso”.

9. Tirania (os “deveria”: é a tendência a dirigir a própria vida em termos de “deverias” e “não deverias”, por avaliações de “certo” ou “errado”, em vez de dirigila por seus desejos. Ex.: “eu deveria estudar mais” em vez de “eu quero (ou não quero) estudar mais”.

10. Personalização: é a tendência a se ver como causador de fatos ruins, sem o ser, de fato. Ex.: “se algo acontecer ao meu casamento, a culpa é só minha”.

11. Leitura mental: é a tendência a antecipar negativamente, sem provas, o que as pessoas vão pensar sobre você. Ex.: “se entrar em pânico aqui todos vão pensar que sou doente”.



Fonte: RANGÉ, Bernard (org.) (2001) Psicoterapia comportamental e cognitiva: Pesquisa, Prática, Aplicações e Problemas.

23 de agosto de 2009

BENÇÃO: um sim que pretende dar sorte*

Um ano de 2009 como muitos acontecimentos, uns bons, outros ruins e alguns derradeiros, sobrevivi ao décimo bloco de psicologia da Uespi( quem o conhece sabe do que estou falando), e falta apenas alguns meses pra pegar o meu diploma, deixei o blogstone como fala minha irmã, meio que abandonado, estava cansada minha gente, e ainda estou tentando pegar no tranco, tá na hora de cumprir minhas metas, tá na hora de continuar estudando psicologia, tá na hora de...., de......, de....relaxar mais. E o ano ainda não acabou.


Às vezes me dá enjôo de gente. Depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta. E é só.


CLARICE LINSPECTOR



* pequeno dicionário de palavras ao vento, autora adriana falcão retirado do blog http://aminhabusca.blogspot.com/2006/12/palavras-ao-vento-adriana-falco.html

11 de agosto de 2009

5 de agosto de 2009

Os filósofos e as primeiras raízes da psicologia II

Parte 1. Os filósofos e as primeiras raízes da psicologia I :


Anaxágoras de Clazômenas (499-428 AC) admitia a existência de uma diversidade de elementos, as homeomerias ou sementes que trariam em si o gérmen das coisas. Essas sementes estariam contidas no magma original e foram separadas por uma inteligência ordenadora. “Dizia que tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma parte de todas as outras”.

Se algo é o que é, trata-se de que nesse algo predominam as sementes correspondentes a ele: no ouro, predominam as sementes do ouro, mas nele estão presentes todas as outras sementes. As sementes são minúsculas, portanto, podem estar todas presentes num único elemento.

A geração, a corrupção e a transformação da realidade podem ser explicadas pela desagregação ou pela mistura das sementes. O mundo se origina através de um redemoinho em que se realizam as misturas e separações das sementes, aqui se introduz a idéia do Nous (espírito, inteligência) para explicar a origem do redemoinho que mistura e separa as sementes.

O Nous é algo separado da massa de sementes e portanto, possui autonomia. Esse Nous conhece tudo e tem o máximo de poder: "o Espírito comanda todas as coisa que têm vida, das maiores às menores. O Espírito governou também todas as rotações, de maneira que começou a girar no começo. (...) Essa rotação fez com que as coisas se separassem. O denso se separou do rarefeito, o quente do frio, o brilhante do tenebroso e o seco do úmido. Existem muitas porções de muitas coisas, mas nenhuma está separada nem dividida completamente da outra, a não ser o Espírito.

Anaxágoras introduz uma idéia já bem próxima de uma categoria de análise psicológica, o Nous (Espírito) para explicar o movimento de geração-destruição da realidade.

A sua contribuição para a psicologia moderna está no fato de ter dado atenção ao processo psicológico, enquanto relatava as suas reflexões sobre o universo e enquanto protestava contra o reducionismo ou elementismo e a valorização dada, por ele, á disposição e ordem dos elementos no todo, por exemplo, são aspectos que fundamentaram a gestalt.

Demócrito de Abdera (460-370 AC) foi o verdadeiro e último elementista do período cosmológico, considerava que o universo era composto de átomos, matérias indivisíveis, que se distinguiam pela forma, pela ordem, pelo tamanho e posição e que se moviam constantemente e de várias maneiras.

Os átomos explicam a multiplicidade dos seres, o movimento e a geração-destruição. O vazio, ou o não-ser explica a multiplicidade, uma vez que é o que separa os átomos; ele explica o movimento, porque se não há vazio não pode haver choques e remanejamento de átomos. A alma, para Demócrito é corporal e mortal, move o corpo, mas também é afetada pelos choques recebidos no próprio corpo. Os corpos exteriores produzem emanações de átomos que são como imagens (eídola) que se movimentam pelo vazio, e ao chocarem-se com os órgãos dos sentidos humanos produzem-se o conhecimento.

Demócrito considerava que os pensamentos e atos do homem, bem como todos os acontecimentos de sua vida, eram determinados por agentes externos. Salientou o papel dos estímulos externos na determinação do comportamento, em contraposição ao livre arbítrio.

O seu pensamento é marcado por uma visão estática e pré-determinada do mundo e da sociedade, ele desenvolveu a primeira psicologia materialista lógica, distinguindo o psíquico do físico através da diferenciação da quantidade dos movimentos dos átomos.




REFERÊNCIAS

http://www.pucsp.br/~filopuc/verbete/democri.htm
http://www.geocities.com/Athens/Crete/8773/cei3.htm
FREIRE, I. R. Raízes da psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

4 de agosto de 2009

Os filósofos e as primeiras raízes da psicologia


Como se explica que as coisas mudem e dêem lugar a novas coisas que antes não existiam? E se mudam, deve existir algo que não mude, o “primeiro princípio” de que são feitas, então, todas as coisas

Período cosmológico

Nesse período a preocupação era entender e explicar o cosmo, saber de que matéria era feito, buscar o princípio e a
lei que regia o universo que até então era concebido mitologicamente.
O cosmo era um composto de partes ou a mistura de elementos simples, dessa forma, o mundo só seria compreendido se conseguisse encontrar a unidade ou o elemento mais simples do universo, a essa maneira, ou o método de buscar a verdade ou a causa, ou principio, reduzindo o complexo ao elemento mais simples, deu-se o nome de elementismo, atomismo, monismo e é utilizado, ainda hoje pelas ciências

Tales de Mileto (640-548 AC) teve uma tendência elementista ao identificar a água como elemento presente em todos os seres vivos.


Heráclito de Éfeso (540-475 AC) observava que o mundo estava em constante mudança, num constante devir, e que o permanente era, apenas, ilusão de nossos sentidos.


Este espírito arrojado pronunciou pela primeira vez esta palavra profunda: "O ser não é mais que o não-ser", nem é menos; ou ser e nada são o mesmo, a essência é mudança. O verdadeiro é apenas como a unidade dos opostos. Temos, porém, ainda uma outra expressão que aponta mais exatamente o sentido do princípio. Pois Heráclito diz: "Tudo flui (panta rei), nada persiste, nem permanece o mesmo". E Platão ainda diz de Heráclito: "Ele compara as coisas com a corrente de um rio - que não se pode entrar duas vezes na mesma corrente"; o rio corre e toca-se outra água.


Além disso, Aristóteles diz que Heráclito afirma que é apenas um o que permanece; disto todo o resto é formado, modificado, transformado; que todo o resto fora deste um flui, que nada é firme, que nada se demora; isto é, o verdadeiro é o devir, não o ser - a determinação mais exata para este conteúdo universal é o devir.

Sua contribuição para a psicologia foi importante no sentido de lembrar sempre ao psicólogo, que ele não trabalha com unidades fixas, mas com processos mutáveis, onde a variação é inevitável. Heráclito encontrava no fogo o elemento básico do universo sendo este o agente de mudança.

Pitágoras de Samos (570-496 AC): Para ele o número é a essência permanente das coisas, diante das coisas mutáveis da experiência, os conceitos matemáticos são intemporais e imóveis e expressam as relações físicas e numéricas das coisas, dentro de uma ordem rítmica.


A tentativa de conhecer o mundo em termos quantitativos foi de muita importância na psicologia, o uso dos métodos quantitativos foi um dos fatores decisivos para fazer dela uma ciência.

"Ajuda teus semelhantes a levantar sua carga, mas não a carregues". (Pitágoras)





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, I. R. Raízes da psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

*imagem
Raffaelo Sanzio, A Escola de Atenas
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