30 de abril de 2009

Por que fazer psicoterapia?

Psicoterapia: inversão da queda compartilhando a chama sagrada do amor


Por Luiz Tadeu M. de Oliveira*

O professor pós-doutor Jorge Ponciano Ribeiro afirma em suas obras que a relação terapêutica é semelhante ao encontro de duas almas sob a mesma luz.
Sob a mesma luz num campo awareness, isto é, terapeuta e cliente com tomada de consciência do campo existencial configurado diferente, com amor fluente.
Quero dizer que o cliente compreende a si próprio, percebendo-se e decidindo qual caminho tomar em sua vida, mas agora, decidindo por si. É mudança de atividade profissional, de relacionamentos, crenças são alteradas, a relação com o corpo mais saudável, invertendo a queda, iluminando os escaninhos de sua alma, mente, corpo, relação.
Inverter a queda é iluminar-se. Para tal construção é preciso desenvolver a coragem de romper com os padrões de consciência coletiva herdados dos antepassados, da geração anterior (TOLLE, 2002). Lembre-se, quando você nasceu e veio ao mundo, essas pessoas que você chama de família já estavam no mundo com seus dilemas, angústias, dúvidas e sofrimentos, com a necessidade e expectativa de prolongar tal estado de coisas em você.
Desde o nascimento você foi forçado a identificar-se com padrões culturais, por exemplo, que pode estar trazendo medo e infelicidade, sem que possa abrir a caixa de seu potencial de crescimento e liberdade inerente a você. Sem abrir a caixas de seu mundo interior não se consegue alegria e paz.
E passa anos a fio distraído e esquecido de você nas trilhas do tempo por conta de imposições culturais, religiosas, pois tem quer ser um bom homem, tem que se doar aos outros, tem que casar até que a morte os separe e por aí vai.
Leitor, já pensou quantos sonhos, projetos, relacionamentos, deixou para trás por conta de que o outro sempre disse que não ia dar certo, que você não era capaz? Descobri que a educação formal, na escola, na família, no geral mata a capacidade criadora dos seres humanos, os educando para tirar dez nas provas.
Hoje, quero lhe propor em inverter a queda (SPANGENBERG, 2001).
Inverter a queda é buscar nova visão da vida com outro sentido, com compreensão religiosa diferente, mais voltada para o universo interior, pois o reino dos céus está dentro de cada um.
Inverter a queda é retomar o caminho de volta à casa, de re-conexão silenciosa com a natureza, reconhecer que não sabemos para onde estamos indo e que não se pode parar de ir.
Inverter a queda é revalorizar a presença no mundo, os vínculos. É buscar e pensar mais em termos de como e para que do que no por que
Inverter a queda é saber que sua presença aqui na Terra é um ato de amor e que lhe compete entregar-se para tal ato.
Inverter a queda é ter compaixão para consigo mesmo na tarefa de sermos humanos.
Precisamos buscar o lado místico, misterioso da existência para sentir-se e conscientizar-se de que se está protegido pela Verdade Silenciosa.
Quero convidá-lo a resgatar a magia de viver a cada instante, semelhante às abelhas que beijam as flores. Que você torne-se terapeuta de si mesmo, portador da chama sagrada do amor, vivenciando o calor e a energia da chama.
Alejandro Spangenberg afirma:
Você não está sozinho. A nova ética está emergindo, o único tempo é o presente. Fazer parte da criação é amar a queda que nos trouxe ao mundo, é reverenciar o ato do nascimento, o sacrifício implícito no dar à luz – num ato de entrega, de abandono e de fé-, diante da mão que nos deu a vida.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
SPANGENBERG, Alejandro. Terapia Gestáltica e a Inversão da Queda. Editora Livro Pleno.
TOLLE, Eckhart. O Poder do Agora: Um guia para a iluminação espiritual. Editora Sextante, 2002.

*Psicólogo – CRP-014/04412-2. Prof. Uems .Eterno Aprendiz.




Publicado em 14. Abr.2009. Disponível em http://www.progresso.com.br/not_view.php?not_id=40414

29 de abril de 2009

Compreendo a dor e a angústia quando se passa por uma dificuldade ou quando a gente vê alguém que se ama sofrendo, mas o primeiro passo é procurar ajuda profissional, dado esse passo as coisas já estão mudando. Outra questão é em relação à família, um membro da família em sofrimento afeta toda a família, é importante principalmente no caso da criança uma orientação ou até mesmo uma terapia com os pais. Essa frase é repetitiva, mas é verdadeira, uma caminhada começa com um primeiro passo e vários passos nos levam aonde queremos chegar.

27 de abril de 2009

É de graça mais ainda vai valer o ingresso.

OPA!
Revendo o sentido da minha vida
Revendo meus conceitos
E fazendo escova no cabelo
Isso sempre me deixa em crise.

Mas voltando ao assunto

Quem é de Teresina e acompanha esse blog,(olá) sabe que neste penúltimo semestre temos 5 estágios ao mesmo tempo: organizacional, escolar, clinica, hospitalar e comunitária,vamos trabalhar muito neste blog a esse respeito.

Voltei!
Bola pra frente que atrás vem gente...(aliás vcs viram o gol do Ronaldo ontem..)

Fazer o melhor que você pode fazer, pra ele, parece a coisa mais normal do mundo.


25 de abril de 2009

Resiliência

A arte de lidar com os desafios

Resiliência nunca esteve tão em alta nos últimos anos. O termo, adaptado pelas Ciências Humanas, caracteriza a capacidade de ser flexível ao enfrentar adversidades. Ou seja, ter habilidade para lidar com a pressão e dificuldade do dia-a-dia, superando decepções, traumas e fracassos de forma sólida e com o menor prejuízo emocional possível.

O termo provém do latim, do verbo resilire, que significa "voltar para trás". A palavra foi primeiramente utilizada pela Física e pela Engenharia e expressa a capacidade que alguns materiais apresentam, após sofrerem alguma pressão, de voltar a sua forma original. Exemplo, quando um pedaço de ferro é aquecido, ele se dilata com o estresse — calor— mas não quebra, voltando depois ao seu estado normal, sem se transformar em outro material. Hoje, o conceito possui uma proposta inovadora, com uma abordagem voltada para o campo da Psicologia.

Resiliência pode ser desenvolvida em qualquer pessoa. Trata-se de uma conquista de novas habilidades pessoais. Quem nunca vivenciou situações de total dificuldade e estresse e soube superá-las com uma visão positiva de reconstruir a vida? Isso é ser resiliente. Podemos afirmar que é um conjunto de processos sociais e intrapsíquicos que possibilita uma vida sã em um meio insano. Esses processos resultam de positivas combinações entre herança genética, atributos da criança e seu ambiente familiar, social e cultural.

Aplicado na Educação, educar para a resiliência é ensinar em clima de acolhimento e confiança, promovendo afeto e aceitação, contribuindo para a formação da auto-estima, desenvolvendo capacidade de resolver problemas, valorizando as potencialidades de cada indivíduo e cultura, além de estimular a capacidade comunitária.

Na infância, um ambiente familiar saudável e estruturado contribui para a maior capacidade da criança se adaptar e de interagir de forma positiva frente aos acontecimentos. Pais que criam filhos resilientes contribuem para que a criança seja disciplinada, confiante, sociável, inteligente, compreensível, responsável, consciente e com amor-próprio. Pesquisas mostram que crianças resilientes têm menor chance de desenvolver transtornos mentais, distúrbios de aprendizagem e maior chance de sucesso profissional.

Lembre-se da lição: não podemos saber se vamos ou não sofrer quando algo inesperado acontecer em nossas vidas, mas podemos sim definir quanto tempo vamos querer alimentar esse sentimento, assim como canalizar essa emoção com uma ação construtiva.

(Luciana Campaner é psicóloga clínica e mestre em Neurociências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Site: www.inbio.com.br / E-mail: inbio@inbio.com.br)



FONTE:
http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1625342&area=92010&authent=6513CFD8B77113EFA9F77314FBA9D7

22 de abril de 2009

Mandamentos do Psicoterapeuta Existencial

Oi,
Estou me reestruturando, mas já estou voltando, nem vou me alongar por que não tem nada mais complexo do que blog de quase psicóloga em crise, às vezes penso,valerá a pena?



Coragem de ser como si próprio nunca está separada por completo do outro pólo, a coragem de ser como uma parte; e ainda mais, que superar o isolamento, e enfrentar o perigo de perder seu mundo na auto-afirmação como si próprio, na qualidade de indivíduo, é um caminho para algo que transcende ambos, o eu e o mundo.


Paul Tillich



Mandamentos do Psicoterapeuta Existencial

1º) Pela impossibilidade de destruir uma ilusão por via direta, deve-se então fazê-lo por meios indiretos. Só assim a ilusão pode ser arrancada pela raiz.
2º) O método indireto organiza-se dialeticamente para em seguida retirar-se, timidamente. Desta forma, aquele que ajuda não presencia o reconhecimento que o homem faz de si mesmo, por ter vivido uma ilusão.
3º) Quando se pretende ajudar o outro, deve-se promover a aproximação, permanecendo na situação de acompanhar aquele que está sob a ilusão. Só desta forma haverá a possibilidade de tirarmos o homem de sua ilusão. Sabendo-se desde o inicio que é uma tarefa difícil em qualquer caso.
4º) Aquele que vive na ilusão, em maior parte, vivencia a categoria estético-ética. A fim de atacar com disposição a ilusão, deve-se chegar até ele, para então poderem caminhar juntos. O escritor religioso, para entrar em contato com os homens, deve começar com as obras estéticas. Esta é a estratégia.
5º) é importante ter paciência, pois com impaciência pode-se acabar fortalecendo a ilusão. Faz-se necessário ser cuidadoso para poder dissipar a tal ilusão.
6º) Para levar um homem ao seu centro é preciso chegar onde ele se encontra e começar por ai. "Este é o segredo da arte de ajudar os demais".
7º) Para se ajudar o outro deve-se entender mais do que ele entende, mas antes de tudo deve-se entender o que ele entende. Se assim não for, a ajuda de nada lhe valerá. Tudo começa quando se pode entender o que o outro entende e a forma como entende.
8º) Se orgulhoso do meu conhecimento, antes de ajudar o outro, o que desejo é que me admirem. O autêntico esforço para ajudar começa com uma atitude humilde. O que ajuda deve colocar-se como desconhecendo mais do que aquele a quem ajuda.
9º) Ajudar não significa ser soberano, e sim criado. Ajudar não significa ser ambicioso, e sim paciente. Ajudar significa ter que resistir, no futuro, à imputação de que se está equivocado e, portanto, não se entende o que o outro entende.
10º) Apenas se chega até aquele que está equivocado, mostrando-se um ouvinte complacente e atento.
11º) Aquele que está disposto a ajudar carrega consigo a responsabilidade e também deve despender de todo o esforço, porém sabendo que tudo isto só vai ter valor em relação ao resultado obtido.
12º) As interpretações poéticas, muitas vezes, ajudam aquele que fala do seu sofrimento, sem que ele saiba que não se compartilha de sua paixão e, sim, que se quer livrá-lo dela.
13º) Deve-se ser um ouvinte que senta e escuta o que o outro encontra mais prazer em contar, sem assombro.
14º) Apresentar-se com o tipo de paixão do outro homem: alegre para os alegres, em tom menor para os melancólicos, facilita a aproximação.
15º) Não temer fazer tudo isto, mesmo que na verdade não se possa fazer sem medo e temor.
16º) Chegar a ser o que se é consiste em chegar à interioridade através da reflexão, ou ainda significa desembaraçar-se dos laços da própria ilusão, o que também é uma modificação reflexiva.
17º) Quando um homem não quer ser conduzido, resta ainda obrigá-lo a dar-se conta do ponto em que ele está.


REFERENCIAS:
FEIJOO, A. M. L. C. Os Mandamentos do Psicoterapeuta Existencial(1998) Disponível em http://www.ifen.com.br/artigos/1998-ana.htm
TILLICH, P. A coragem de ser. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. In Formação em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial: Relatos de uma Experiência disponível em http://www.psicoexistencial.com.br/web/detalhes.asp?cod_menu=108&cod_tbl_texto=2032

17 de abril de 2009

Recomeçar

Parábola dos Potes de Barro



Havia dois grandes e belos potes de barro que conversavam entre si no canto
de um quintal:
- Ah..., que tédio, que vida! Viver aqui, exposto a tudo, sol, vento, chuva, calor...
Por mais que eu me proteja, como sobreviverei? Aqui estou perfeitamente
tampado, lacrado para proteger-me e ainda assim sinto-me ameaçado, vazio.
Não vejo graça em estar aqui...
O outro pote tranqüilamente respondeu:
- Cai a chuva e eu a recebo. Vem o vento e eu o sinto bem dentro de mim.
Vem o sol e me leva as gotas que retornam para o céu. E nem por isso sinto-me
ameaçado...
- Ora, grande vantagem! Seu interior não guarda mais a cor original como o
meu, sua cor vai ficando cada dia mais diferente. Você não é mais o mesmo...
- Sim (respondeu o outro) e isso me alegra! Meu interior transforma-se a cada
dia, à medida que novas coisas me penetram. Posso sentir cada criatura que
me visita e cada uma delas deixa algo de si para mim, assim como deixo para
elas, pouco a pouco, a minha cor.
- É, mas você não tem mais paz! A todo instante você é solicitado, carregam
você todo o dia para levar água, ao passo que eu permaneço no meu lugar.
Ninguém me incomoda. Quando se aproximam, já sei que é a você que eles
querem.
- Sim, se me solicitam é porque tenho algo a dar, e o que dôo não é diferente
do que você pode dar. Deixo-me encher pela água da chuva, que cai tanto
sobre mim como sobre você. Encho-me até transbordar. Outros seres
precisam desta água e eu os sirvo. Esvazio-me e deixo-me encher de novo.
Assim minha vida é um constante dar e receber. Enquanto isso me desinstalo,
saio do meu pequeno mundo e vou ao encontro de outros mundos. Já conheci
potes diversos, animais, pessoas, tantas coisas e seres... E cada um faz-me
perceber ainda mais o pote que sou.
- Não sei, mas se você continuar assim, brevemente será um pote quebrado,
gasto, e então, de que adiantará tudo isto?
- Creio que se me desgasto a cada dia é para ser possível levar a vida a outros
seres. Vejo que o mais importante não é ser um pote intacto tal como fui feito,
mas um pote de valor no qual estou me tornando. Se vou durar pouco tempo,
não importa; se o pouco tempo que eu viver trouxer-me alegrias e fizer-me
sentir cada vez mais o que é ser pote, isso me basta...
Já era tarde, o sol já havia se escondido quando os dois se cansaram de falar.
O pote aberto, sentindo-se cansado, logo adormeceu, o que não foi possível
para o outro pote. Ele não conseguira dormir, pois algumas palavras ditas pelo
companheiro vinham-lhe à mente e não o deixavam em paz.
Transformar o interior! Paz! Esvaziar-se! Deixar-se encher! Deixar algo de si!
Ser pote! Desinstalar-se! Sair de seu pequeno mundo! Ser feliz! Ser útil! Levar
alegria! Humildade! Paciência! Mansidão!

Na manhã seguinte, enquanto um pote acordava, o outro dormia, porque fora
grande o seu esforço para tirar a tampa que o acompanhava há tanto tempo.

12 de abril de 2009

PM - MA Tenente Psicólogo 2006

39. A dessensibilização sistemática é uma das técnicas mais antigas de terapia do comportamento e corresponde a um método para

(A) exposição de total intensidade a um estímulo temido.
(B)reduzir de maneira gradual o medo e a ansiedade.
(C) associar a dor e o desconforto ao comportamento que o cliente quer desaprender.
(D) apresentar repetidamente o estímulo aprendido, condicionado, sem o estímulo incondicionado seguinte.
(E) aprender um comportamento por meio da observação gradual do desempenho dos outros.



A dessensibilização sistemática (DS) é uma intervenção terapêutica desenvolvida para eliminar o comportamento de medo e as síndromes de evitação. O procedimento consta de dois componentes diversos. O primeiro componente consiste em ensinar ao paciente uma resposta contrária à ansiedade. O relaxamento progressivo, ou algum outro procedimento geral de relaxamento. O segundo componente implica em uma exposição graduada ao estímulo provocador de medo. A exposição pode ser concretizada através da imaginação ou ao vivo.A DS consta de quatro passos principais:

1. Treinamento no emprego da escala "SUDS" (escala que gradua as situações de estímulos segundo seu potencial provocador de ansiedade).
2. Uma completa análise comportamental e o desenvolvimento de uma hierarquia de medos.
3. Treinamento do relaxamento muscular profundo ou algum outro procedimento de relaxamento.
4. A combinação da exposição, na imaginação, à hierarquia de medos junto com o estabelecimento de uma resposta de relaxamento profundo no paciente - "a dessensibilização propriamente dita".


Referencias:

http://www.geocities.com/sitecognitivo/estrategiascomportamentais.htm

Para entender melhor :
http://olharbeheca.blogspot.com/2008/11/dessensibilizao-sistemtica.html

11 de abril de 2009

A QUINTA HISTÓRIA

A história que ora se inicia é a das “Estátuas”. Começa dizendo que eu me quei­xara de baratas, uma senhora deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais, açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro delas.

De madrugada, acordo e ainda sonolenta atravesso a cozinha. Mais sonolenta que eu está a área na sua perspectiva de ladrilhos. E na escuridão da aurora, um arroxeado que distancia tudo, distingo a meus pés sombras e brancuras: dezenas de estátuas se espalham rígidas. As baratas que haviam endurecido de dentro para fora. Algumas de barriga para cima. Outras no meio de um gesto que não se completaria jamais. Na boca de umas um pouco da comida branca. Sou a primeira testemunha do alvorecer em Pompéia. Sei como foi esta última noite, sei da orgia no escuro. Em algumas o gesso terá endurecido tão lentamente como num processo vital, e elas, com movimentos cada vez mais penosos, terão sofregamente intensificado as alegrias da noite, tentando fugir de dentro de si mesmas. Até que de pedra se tornam, em espanto de inocência, e com tal, tal olhar de censura magoada. Outras — subitamente assaltadas pelo próprio âmago, sem nem sequer ter tido a intuição de um molde interno que se petrificava! — essas de súbito se cristalizam, assim como a palavra é cortada da boca: eu te... Elas que, usando o nome de amor em vão, na noite de verão cantavam. Enquanto aquela ali, a de antena marrom suja de branco, terá adivinhado tarde demais que se mumificara exatamente por não ter sabido usar as coisas com a graça gratuita do em vão: “é que olhei demais para dentro de mim! é que olhei demais para dentro de...” — de minha fria altura de gente olho a derrocada de um mundo. Amanhece.



LISPECTOR, CLARICE. A Quinta História. In A Legião Estrangeira.
São Paulo, Ática, 1977, p. 81-84(adaptado)

8 de abril de 2009

Ahn-han.

Palavras podem ser um prelúdio para um encontro eu-tu, mas não o definem. Alguns dos encontros mais curativos têm ocorrido quando os olhos de meu cliente encontram os meu sem palavras – e, ainda assim tanto é ‘falado’ entre nós! Há o encontro de algo profundo dentro de mim com alguma coisa profunda dentro de outra pessoa. Nesse encontro no silêncio, uma fala autêntica pode acontecer, uma interpretação e fusão de nossos espíritos humanos-que enriquece a ambos, que nos torna inteiros.



HYCNER, R. & JACOBS, L. - Relação e Cura em Gestalt Terapia. São Paulo: Summus, 1997. Pág. 32

P. Porto Alegre -Psicólogo 2008

56. Bion nos oferece uma visão de aspectos comuns aos grupos com suas concepções denominadas supostos básicos , os quais se revelariam em movimentos de:
( 1 ) Dependência
( 2 ) Luta-fuga
( 3 ) acasalamento/União

Relacione a primeira coluna, acima, com a segunda coluna.

(1 )Os membros buscam relações de proteção, elegem e identificam lideranças que lhes proporcionem segurança.
( 3)Apoio às idéias dos outros, cooperação, eleição de situações, idéias ou pessoas salvadoras de eventuais dificuldades que o grupo esteja vivendo.
( 2 )Interações confrontativas, insistentes, relutância a situações novas.


As suposições básicas são esquemas da estruturação do grupo. Elas são ligadas entre si, alternam-se e representam diferentes aspectos umas das outras. A atividade do grupo de trabalho é obstruída, desviada e ocasionalmente ajudada pelas suposições básicas. A suposição básica presente no grupo age como um impulso no sentido oposto ao esforço para se manter numa estrutura típica de grupo de trabalho

Bion descreveu três Suposições Básicas:


1- Dependência;
2- Luta e Fuga ou Ataque e Fuga;
3- Acasalamento.

Dependência: o líder é idealizado, revestido de poderes mágicos, onipotentes e que irá satisfazer todas as necessidades e desejos do grupo. Porque isso? Pela falta de coesão do grupo e presença de angústias primárias: desconfiança, hostilidade, medo e inveja, frente ao terapeuta e aos membros do grupo. O grupo busca proteção no líder, defesa contra sua própria angústia através da atitude de dependência e atitude regressiva.
Luta e Fuga ou Ataque e Fuga: Quando o grupo alterna movimentos de fuga e agressão, em relação ao Coordenador ou aos seus próprios problemas. Existe a convicção de que existe um inimigo e que é necessário atacá-lo ou fugir dele. Porque isso? Existe uma forte carga agressiva que impulsiona o grupo, o qual necessita criar um inimigo para canalizar, de algum modo, seus impulsos agressivos.
Quanto mais idealizado o coordenador na fase de dependência – tanto maior hostilidade e ressentimento sua figura provoca na fase de ataque e fuga.
Acasalamento: Quando o grupo não consegue realizar suas ações mas se sente culpado e, assim, posterga sua atividade através da esperança em “algo” ou “alguém” que virá resolver a dificuldade do grupo. Nesse caso, o grupo nega seus conflitos e dificuldades internas, racionalizando sobre eles. E, o grupo delega ao par a função reparadora e integradora do grupo.



Referência:

GUIMARÃES, L. F., SILVA, G. S. F. Grupos de aprendizagem de física e seus aspectos subjetivos. Disponível em http://www.utu.edu.uy/Novedades/CETP%20UTU/Ano%202006/Agosto/Encuentro%20de%20Fisica%20Salto/Taller9.pdf

5 de abril de 2009

Muitas vezes os observadores principiantes estão tão preocupados com o que irão dizer em seguida que tem dificuldade em ouvir e absorver o que está acontecendo. Não é uma atitude benéfica, embora compreensível. Talvez leve algum tempo descobrir que, em geral, o que dizemos é muito menos importante do que nos parece. Quando começamos podemos estar tão entusiasmados que nossa própria ansiedade interfere no processo. Podemos estar tão inseguros que precisamos provar que estamos confiantes. Não conheço remédio para isso, exceto paciência e autoconsciência. O entrevistado em geral mostrará o caminho certo- se o permitirmos.


In BENJAMIN, Alfred, A Entrevista de ajuda, São Paulo, Martins fontes, 2004.

PM-MA -Tenente psicólogo 2006

47. Carl R. Rogers propôs a Terapia Centrada no Paciente(?), acreditando que ela atende a uma pessoa ao

(A) intervir na modificação de um comportamento apontado pelo cliente.
(B) identificar para ela os comportamentos a serem modificados.
(C) revelar seu próprio dilema com um mínimo de intrusão por parte do terapeuta.
(D) aconselhar e moldar o indivíduo a fim de produzir o resultado desejado.
(E) desempenhar o papel de terapeuta, apresentando uma fachada calorosa.



Os psicólogos humanistas procuram referir-se à pessoa em atendimento como cliente, e não como paciente, para evitar uma conotação de doença e passividade. Cabe ao terapeuta tornar-se o catalisador do potencial do cliente em sua busca pela saúde e crescimento psicológico, criando o ambiente propício para isso (ROGERS, 1957; BOHART & TALLMAN, 1996).

São as características – tendência atualizante e sistema de avaliação da experiência – que explicam que o indivíduo tenha o poder de se dirigir a si mesmo e também o poder de reorganizar a sua concepção de self, se esta estiver afastada da experiência total do organismo, sendo assim, ao terapeuta cabe apenas criar as condições para que, através daquela relação particular, o indivíduo possa reorganizar-se e reencontrar a sua própria direção. O poder que lhe é atribuído, e a inerente responsabilização pelo seu próprio processo de mudança, representam um estímulo à sua autonomia.



Referências:

MESSIAS, J. C. C. Sobre a expressividade do terapeuta (ou da busca pelo abacadabra psicológico). (2002) Disponível em http://www.anchieta.br/unianchieta/revistas/argumento/pdf/argumento07.pdf
SANTOS. B. C. Abordagem centrada na pessoa-relação terapêutico e processo de mudança (2004). Disponível em http://www.psilogos.com/Revista/Vol1N2/Santos.pdf

3 de abril de 2009

TRE-SÃO PAULO 2004

24. Em Psicanálise, o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação analítica, é denominado de

(A) resistência.

A resistência implica todas as forças dentro do paciente que se opõem aos procedimentos e processos do trabalho psicanalítico. Em maior ou menor grau, ela está presente desde o começo até o fim do tratamento. As resistências defendem o “status quo” da neurose do paciente. As resistências se opõem ao analista, ao trabalho analítico e ao ego racional do paciente.(4)


(B) contra-transferência.

Contra-transferência, um termo freudiano, pode ser definida como sendo "a transferência para o paciente de algum significado emocional pertencente à experiência do passado do terapeuta" (Casement, 1990). É possível também definir contra-transferência como "uma resposta inconsciente do terapeuta, através da qual o paciente leva o primeiro a realizar uma relação objetal importante que ficou incompleta em seu processo." (Sandler, 1976), ou então como "uma resposta efetiva por parte do terapeuta à comunicação inconsciente do paciente." (King, 1978).(1)

(C)transferência.

(D) deslocamento.

É um processo psíquico através do qual o todo é representado por uma parte ou vice-versa.Também pode ser uma idéia representada por uma outra, que, emocionalmente, esteja associada à ela. Esse mecanismo não tem qualquer compromisso com a lógica. É o caso de alguém que tendo tido uma experiência desagradável com um policial, reaja desdenhosamente, em relação a todos os policiais.
É muito corrente nos sonhos, onde uma coisa representa outra. Também se manifesta na Transferência, fazendo com que o indivíduo apresente sentimentos em relação a uma pessoa que, na verdade, lhe representa uma outra do seu passado
.(3)


(E) narcisismo primário.

Da criança nos primeiros anos, cujas características são pautadas por auto-erotismo e auto-estima sem ainda relação de objeto.(2)



Referências:

(1)SAMSON, A. a couraça secundária. Disponível em http://www.ibpb.com.br/Couraca_Secundaria.doc

(2)REGADOS, D. A transferência e a contratransferência no processo terapêutico(2008). Disponível em http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/TL0124.pdf

(3)
http://fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/mecanismosdedefesa.html

(4)http://fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/resistencia.html

2 de abril de 2009

PREF. DE BOA VENTURA -2009

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém

um amor puro DJAVAN



26. Assinale a alternativa que descreve corretamente a síndrome da alienação parental.

A. É caracterizada pelo fato de um dos genitores induzir o filho, criança, a rejeitar e odiar o outro genitor
B. É caracterizada pelo fato de os filhos se autopunirem em função de ruptura na relação entre os genitores.
C. É caracterizada pela presença de assassinatos, envolvendo relações parentais (mãe-filhos; pai-mãe; pai-filhos).
D. É caracterizada pela melancolia no casal parental, advinda da morte de filhos.
E. É caracterizada pela melancolia nos filhos, advinda da morte do casal parental.


Segundo GADNER(2002) A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável.

Similarmente, a SAP é caracterizada por um conjunto de sintomas que aparecem na criança geralmente juntos, especialmente nos tipos moderado e severo. Esses incluem:


1.Uma campanha denegritória contra o genitor alienado.
2.Racionalizações fracas, absurdas ou frívolas para a depreciação.
3.Falta de ambivalência.
4.O fenômeno do “pensador independente”.
5.Apoio automático ao genitor alienador no conflito parental.
6.Ausência de culpa sobre a crueldade a e/ou a exploração contra o genitor alienado.
7.A presença de encenações ‘encomendadas’.
8.Propagação da animosidade aos amigos e/ou à família extensa do genitor alienado.

Os efeitos nas crianças vítimas da Síndrome de Alienação Parental podem ser uma depressão crônica, incapacidade de adaptação em ambiente psico-social normal, transtornos de identidade e de imagem, desespero, sentimento incontrolável de culpa, sentimento de isolamento, comportamento hostil, falta de organização, dupla personalidade e às vezes suicídio. Estudos têm mostrado que, quando adultas, as vítimas da Alienação tem inclinação ao álcool e às drogas, e apresentam outros sintomas de profundo mal estar
(PODEVYN,2001).

Referências:

GARDNER, R. A. O DSM-IV tem equivalente para o diagnóstico de síndrome de alienação parental (sap)?(2002). Disponível em http://www.alienacaoparental.com.br/textos-sobre-sap-1/o-dsm-iv-tem-equivalente

PODEVYN, F.Síndrome de alienação parental(2001) Disponível em http://www.apase.org.br/94001-sindrome.htm

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