31 de março de 2016

Descrição e Análise de Cargos

   
  A análise e descrição de cargos é primordial para subsidiar outros processos como: Recrutamento e seleção, Treinamento e desenvolvimento, Remuneração e benefícios, Avaliação de desempenho e outros.

Definições:

Cargo: Indica a posição hierárquica que uma pessoa ocupa na empresa e o conjunto de atribuições a ela conferido.

Tarefa: Refere-se à menor unidade componente do trabalho e pode ser definida como as atividades executadas por determinado profissional.

Função: É formada pelo conjunto de tarefas desempenhadas por uma ou mais pessoas.

Desenho de cargos: O desenho de cargos envolve a especificação do conteúdo de cada cargo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos, como cada cargo é estruturado e dimensionado.

Descrição de cargos: Descrever um cargo significa relacionar o que o ocupante faz, como faz, sob quais condições faz e por que faz, é um retrato simplificado do conteúdo e das principais responsabilidades do cargo.

Análise de Cargos: Analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige de seu ocupante em termos de conhecimentos, habilidades e capacidades, para que possa desempenhá-lo adequadamente. A análise é feita a partir da descrição do cargo.

Descrição de cargos x Análise de cargos: Enquanto a descrição de cargos focaliza o conteúdo do cargo (o que o ocupante faz, quando faz, como faz e por que faz), a análise de cargos procura determinar os requisitos físicos e mentais que o ocupante deve possuir, as responsabilidades que o cargo lhe impõe e as condições em que o trabalho deve ser feito.

     Análise de cargos preocupa-se com as especificações do cargo em relação ao ocupante que deverá preenchê-lo, analisando os seguintes fatores:
  • Requisitos mentais: Instrução necessária; Experiência anterior; Iniciativa; Aptidões.
  • Requisitos físicos: Esforço físico; Concentração visual ou mental; Destrezas ou habilidades; Compleição física
  • Responsabilidades: Supervisão de pessoas; Material, equipamento ou ferramental; Dinheiro, títulos ou documentos; Contratos.
  • Condições de trabalho: Ambiente físico do trabalho; Riscos de acidente.





Método de coleta de dados sobre o cargos:

Entrevistas:  Individual, grupo, com supervisor que conhece os cargos.
Vantagens: São as pessoas que melhor conhecem o cargo; Possibilidade de esclarecer todas as dúvidas; Pode ser aplicado em qualquer tipo ou nível de cargo
Desvantagens: Pode induzir a uma confusão de opiniões; Perda de tempo quando o analista de cargos não está preparado para a tarefa.

Questionário: São distribuídos aos ocupantes ou seus supervisores
Vantagens: Ideal para cargos de alto nível; Mais abrangente pois pode ser distribuído a todos os participantes; Mais econômico.
Desvantagens: Contraindicado para cargos de nível baixo; exige planejamento e cuidadosa montagem; tende a ser superficial e distorcido

Observação: Aplica-se a cargo simples, rotineiros e repetitivos
Vantagens: Veracidade dos dados; Não requer que se paralise as atividades
Desvantagens: Contraindicado para cargos que não sejam simples; Custo elevado; Sem contato direto e verbal com o ocupante, não permite dados realmente importantes.

Requisição de pessoal: Formulário em que o gerente anota os requisitos e as características desejáveis do futuro ocupante do cargo

Hipótese de trabalho: Previsão aproximada do conteúdo do cargo e seus requisitos e características, utilizado para cargos novos e que nunca foram pensados.

Técnica dos incidentes críticos : Anotação sistemática e criteriosa a respeito de todos os fatos e comportamentos que produzem excelente ou péssimo desempenho.


 Bibliografia:

RIBAS, A. L. SALIM, C. L. Gestão de pessoas para concurso. Alumnus, 2013

28 de março de 2016

O jogo de Areia -Sandplay


 O jogo de areia (sandplay) é uma técnica terapêutica predominantemente não verbal criada pela analista junguiana, Dora Kalff, na década de 1950, na Suíça. Consiste, basicamente, na confecção de cenas com o uso de miniaturas representativas de várias dimensões do universo, em uma caixa de madeira com fundo azul, contendo areia seca ou molhada. O toque na areia, a construção de cenas e a transformação dos cenários parecem, por si só, eliciar o duplo processo de cura e de transformação, que são a meta da terapia. Nesse caso, a psique do paciente torna-se um guia mais seguro do que a própria técnica do terapeuta. Ao brincar com a areia, o paciente pode entrar em contato com os aspectos autocurativos presentes em seu inconsciente. As partículas de areia, criadas pela desintegração de rochas, são ideais para dar forma às imagens simbólicas, que possibilitam uma conexão entre a consciência e o inconsciente. Os limites da caixa e a relação de empatia com o terapeuta oferecem um espaço que, ao mesmo tempo, provê a liberdade de expressão e a continência protetora, o que encoraja a criança ou o adulto a experienciar sua vivência num contexto seguro e sem interpretações.

Apesar da proposta inicial de Kalff caracterizar jogo de areia no contexto de psicoterapia individual de longo prazo, nos últimos anos o jogo tem sido utilizado com sucesso em instituições hospitalares e educacionais, tanto com indivíduos isolados como em grupos.





Bibliografia:

Sant'Anna, P. A., Giovanetti, R. M., Castanho, A. G., Bazhuni, N. F. N., & La Selva, V. A. (2003). A expressão de conflitos psíquicos em afecções dermatológicas: um estudo de caso de uma paciente com vitiligo atendida com o jogo de areia. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872003000100007>

27 de março de 2016

Renascimento Sensorial

Por Pascale Senk – Le Figaro

Naquele dia, Sílvia, 50 anos de idade, tinha acabado de ouvir uma ameaça de morte proferida por seu próprio filho. “Senti-me uma criança envergonhada, diminuída  e ameaçada diante dele”, ela diz. Mas desta vez, em vez de responder violentamente ao rapaz de 1,80m à sua frente, ou de «remoer» o que sentia, ela saiu da sala e foi se refugiar em seu quarto. Em segurança, sentada em um sofá confortável, ela fechou os olhos e tomou consciência de suas sensações físicas ("Meu coração batia a toda a velocidade, com um nó na garganta, os pés congelados", lembra ela). E, sem controlar, sem julgar e sequer comentar essas sensações, ela simplesmente as deixou evoluir... até sumirem. Um processo que não ultrapassou 3 minutos. "Voltei então à cozinha para continuar a conversa com Serge." Fim do episódio.

Esta forma fundamental de "deixar passar" as emoções, de deixá-las diluir, é um dos segredos do renascimento sensorial. Os que a praticam consideram esta técnica uma verdadeira "auto-limpeza emocional", o resultado de uma habilidade natural, acessível a todos nós. “Trata-se de uma técnica psicológica que, regularmente praticada, acaba por nos livrar de emoções desagradáveis e negativas como o medo, a raiva, a vergonha, etc”, explica Márcia Bénitah, psicoterapeuta parisiense, instrutora do método.

Até o momento, cerca de 600 profissionais - psiquiatras e terapeutas de várias tendências – se formaram nesse método na França, Bélgica e Estados-Unidos. “Isso representa entre 5 mil e 10 mil sessões de renascimento sensorial realizadas todos os dias apenas na França”, observa Márcia Bénitah. Treinamentos coletivos e gratuitos têm sido realizados atualmente em todo o país . Eles prolongam o trabalho de Luc Nicon, um pedagogo e pesquisador francês,que já era bem conhecido por ter desenvolvido uma técnica de identificação dos medos inconscientes (TIPI). Em seu último livro, Nicon dá maior ênfase ao papel essencial da sensorialidade no controle das emoções.

Deixar passar as emoções negativas

Tal técnica requer um aprendizado, um treinamento por parte dos terapeutas e sobretudo por parte dos pacientes. Embora extremamente simples, ela costuma parecer difícil para muitos. A verdade é que nossos condicionamentos culturais ocidentais tornam bastante complicado o aprendizado de “deixar passar as emoções negativas”. Normalmente, não sabemos o que fazer com elas. Cada um de nós tem suas estratégias para combater os sentimentos desagradáveis que surgem a partir de emoções negativas. Alguns, quando estão sobrecarregados de raiva, cometem atos violentos e têm de enfrentar depois as consequências negativas desses atos. Outros, engolem a raiva, não se livram dela, e, como resultado, se deixam correr por dentro.Alguns saem para caminhar, outros respiram profundamente quatro ou cinco vezes, outros tentam relaxar. “Não fazer nada, simplesmente deixar a tempestade passar parece extremamente difícil e preocupante. No entanto, esta é a estrada real para a dissolução das emoções negativas”, diz Marcia Bénitah.

Convencida de que essa técnica funciona, a psiquiatra Christine Barois confirma: “As sensações corporais que acontecem quando estamos passando por uma emoção nunca são perigosas, assim como as próprias emoções que são muitas vezes úteis. No entanto, o que causa mal estar é a sua intensidade.” Uma intensidade que cresce, precisamente quando tentamos evitá-las, tal como mostrou o professor David Barlow da Universidade do Mississippi. “A depressão é muitas vezes um problema de emoções frustradas”, acrescenta a psiquiatra. A solução? Conseguir permanecer neste estado de “não-ação" do qual falam muitas tradições espirituais, especialmente as asiáticas como o budismo, o taoísmo e o zen. Tornar-se um observador dos grandes fluxos de energia que passam pelo corpo, sem se opor a eles. O que Luc Nicon descobriu e formalizou na fórmula  do “renascimento sensorial” está hoje no cerne das terapias mais inovadoras do momento", avalia a Dra. Christine Barois. Terapias comportamentais e cognitivas, meditação da atenção plena, EMDR (EMDR: Eye Movement Desensitization and Reprocessing), terapia da aceitação, etc.
Esses métodos também colocam muita ênfase no conceito de formação e fortalecimento da atenção. Quanto mais os praticarmos, mais fácil se tornará sua prática, e mais gratificantes os resultados. Todos eles também nos sugerem a não ficarmos “presos ao que nos dizem nossos pensamentos quando a emoção nos atravessa. Por exemplo, quando generalizamos – “é sempre a mesma coisa, a culpa de tudo recai sempre sobre mim”- ou quando projetamos – “ele me odeia, e por isso me diz tudo isso” - ou por distorção distorção cognitiva – “estou com raiva porque ele me disse isso, não porque voltei cansado do meu dia de trabalho”.Graças ao renascimento sensorial, Sílvia já sabe que para ficar em paz ela não precisa fazer muito: basta encontrar um lugar para se isolar e mergulhar dentro de si mesma… com toda segurança.

(1) Informações: www.sensorelive.info e www.tipi.fr
(2) Luc Nicon, «Revivre sensoriellement» (Renascimento sensorial), Editora Émotion Forte

ps: Pra quem chegou até aqui, esse é um nome bonito pra algo típico da psicologia, é mais marketing do que uma descoberta nova...precisamos aprender rsrs)



Fonte: http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/221882/Renascimento-sensorial-O-novo-santo-graal-da-psicologia.htm

25 de março de 2016

Relato de caso : Abuso, negligência e Parricídio

Excelente relato de atendimento clínico de Adolescente, Homem, 17 anos, em unidade socioeducativa, autor de ato infracional relativo a matricídio. (Adaptado) para mais detalhes consultar a bibliografia no final do post.

O participante deste estudo foi um adolescente de 17 anos, natural de uma cidade do interior do Estado, onde nasceu e viveu durante toda sua vida. Seus pais se casaram e após uma relação conflitiva, separaram-se quando a mãe estava grávida de apenas dois meses. Estava no 2º ano do Ensino Médio, quando o crime ocorreu. Para ele nunca foi fácil fazer amigos, pois os outros meninos caçoavam dele. Com mais idade, passou a enfrentá-los e eles pararam de amedrontá-lo. Como mudava muito de escola em razão das mudanças de endereço, estava sempre deslocado nas turmas. O adolescente nunca sentiu alegria na escola. Gostava apenas de jogar bola, onde podia berrar, gritar, xingar e se descontrair, extravasar o ódio e a raiva que relatou ser muito grandes dentro dele. Jogava futsal desde pequeno, foi goleiro da seleção júnior de sua cidade.

1. Histórico familiar

Inicialmente a terapeuta incentivou o adolescente a falar de sua relação com a mãe, avós maternos que viviam com ele, pai e familiares maternos. Buscava-se nestas sessões levantar as práticas educativas maternas e o tipo de apoio familiar existente. Contou que suas tias e primos tinham ciúmes do relacionamento íntimo que ele e a mãe mantinham com os avós maternos. A casa era sustentada pela mãe, que passava a maior parte do tempo no trabalho. Com eles moravam os avós maternos, ambos aposentados. A relação do adolescente com o avô era tranquila, permeada de afeto e respeito, segundo ele. O adolescente referia-se ao avô como lei. A avó cozinhava, sua comida era boa e o adolescente gostava muito. A mãe quase não comia em casa. O jovem contou que ficava a maior parte do tempo com os avós. Não saia muito, pois ela não deixava: "minha mãe tinha medo que acontecesse algo comigo, como eu sumir na rua ou que me roubassem". Não se lembra de muitas brincadeiras da infância; disse apenas que se relacionava bem com os primos, mas ficava a maior parte do tempo assistindo TV.

Abuso físico: ele relatou que desde pequeno (dois a três anos) era espancado pela mãe. As tias confirmaram estes relatos. Diziam não poder interferir, pois a mãe não admitia intromissões e ficava violenta com quem o fizesse. Às vezes, os avós tentavam impedir os espancamentos, porém, nestas ocasiões, eram expulsos da casa e passavam a morar temporariamente com uma das outras filhas. Visto que os avós haviam espancado as filhas, a mãe, usava este argumento para impedir a proteção deles. Relatou que constantemente estava com hematomas pelo corpo. Quando ia reclamar para o avô, ele nada dizia, apenas ouvia. Mais tarde o avô aconselhou o menino a sair de casa, ir embora. Muitas noites a criança era acordada com socos e era espancada enquanto dormia. Relatou que sempre dormia com calças compridas e cobertas para se proteger. Já mais velho, não conseguindo mais espancá-lo, a mãe passou a jogar água quente nele enquanto dormia. Quando a terapeuta perguntava a causa de não sair da cama da mãe apesar dos espancamentos, ele respondia que era porque esperava pelo afeto materno.
Estes foram os primeiros relatos feitos pelo adolescente durante as sessões. Contava tudo com raiva, medo, tristeza e principalmente sem compreender porque era tratado desta forma pela mãe e avós maternos. Muitas vezes dizia que a mãe era responsável pela sua educação; que era hoje um homem porque ela tinha lhe dado o que vestir e o que comer. Dizia que deveria ser grato. A mãe repetia para ele constantemente estes argumentos. Nestes momentos a terapeuta colocava questões como "o que você entende por educar e cuidar?" "Como é possível cuidar e espancar? Amar e jogar água fervendo? Proteger e mandar ir embora sozinho?" Inicialmente, o adolescente ficava sem responder e, no decorrer das sessões, passou a dizer claramente que não se sentia cuidado e nem amado. Passou a questionar a forma como era tratado pelos "cuidadores".
Pode-se observar claramente que o adolescente foi abusado fisicamente e que esta forma de controle coercitivo trás consequências negativas extremamente severas. Gershoff, (2002), Simons, Wu, Lin, Gordon e Gonger (2000), Haapasoloa e Pokelaa (1999), Strauss, (1994) e Huesmann e Eron (1984) que estudam as consequências do espancamento em crianças e adolescentes mostram o alto nível de correlação entre abuso físico e comportamento infrator, uso de drogas e comportamento antissocial de uma maneira geral. A criança não entende que seu comportamento é inadequado, entende sim, que ele é inadequado (Gomide, 2004).

Abuso psicológico: Os espancamentos relatados não tinham o objetivo de educar e eram acompanhados de raiva intensa, palavrões e desqualificações, como nos casos relatados pelo adolescente deste estudo. A mãe registrou o filho apenas em seu nome e nunca permitiu a aproximação do pai. Informava que o pai não queria saber dele, que a havia espancado, sendo este o motivo da separação. Certa vez, o adolescente encontrou uma foto do pai na casa de uma tia, porém, assim que a mãe tomou conhecimento, rasgou-a. Ela não permitia a convivência do adolescente com amigos; trazer amigos ou ir à casa deles era proibido. Argumentava que era perigoso e precisava protegê-lo. Em várias ocasiões rasgou suas roupas e cadernos, quebrou seus brinquedos, deu seus presentes para outras crianças e não compareceu às festas escolares ou ao aniversário do próprio filho. Depois, comprava novamente os presentes e as roupas. Fazia o menino copiar, de madrugada, o caderno que ela havia rasgado propositadamente, sob a justificativa de que ele havia errado a tarefa. Assim que a criança começava a fazer amigos nas redondezas, ela imediatamente mudava de bairro, procurando lugares isolados, onde ele não podia sair sozinho.
Ao longo do processo terapêutico, a história dos abusos sofrida pelo adolescente foi sendo revelada. Inicialmente, referiu-se aos abusos físicos, depois aos psicológicos. Relatou o ódio e a frustração que sentia por estar sempre mendigando o afeto materno. Nunca se sentiu amado. No entanto, vivia buscando este amor. Disse submeter-se a tudo, pois acreditava que um dia receberia o amor materno. Não sabia por que a mãe o odiava. Ela dizia que era por que ele era muito parecido com o pai que a havia maltratado. Falou do seu enorme desejo de conhecer o pai e ter informações sobre ele, mas a mãe o forçava a odiar o pai. Passou a perceber que os avós maternos, infelizmente, não o protegeram dos abusos sofridos. Eram meros expectadores. Entendeu que eles também espancaram os filhos e ficaram sem moral diante da mãe.
O abuso psicológico é uma forma tão severa de coerção quanto o abuso físico. O abuso de poder e falta de afeto são percebidos pela criança como se ela estivesse em perigo, não fosse amada. Embora o abuso psicológico possa ser sutil e de difícil mensuração, na prática pode ser o mais frequente de todos os tipos de abuso. Várias consequências negativas podem advir do uso desta forma de controle, entre elas, uma baixa autoestima, dificuldades em estabelecer relacionamentos sociais ou ideações suicidas (Gershoff, 2002). O autor mostrou uma série de práticas disciplinares usadas pelo abusador psicológico: confinamento, humilhação pública, xingamentos, ameaça, incitação à mentira, excesso de destituição de privilégios, retirada inapropriada de diversão, entre outras. Foram identificados vários comportamentos abusivos utilizados pela mãe para controlar o filho, usados de forma a dar a impressão que o que ela fazia tinha "boa intenção", era para educá-lo melhor.



Negligência: Relatou que em várias ocasiões a mãe saia e o deixava sozinho em casa, algumas vezes com febre. Em festas da escola não aparecia. Viajava no dia do seu aniversário e, quando questionada, dizia que ele errara a data. Rasgava suas roupas. Quando o filho não fazia o que ela exigia, a mãe o punia ficando dias sem falar com ele, não dando dinheiro para lanches e, até mesmo, não comprando comida para casa.
Pode-se verificar claramente as várias formas de negligência médica, física, alimentar e emocional. Para Feldman (1977), o jovem que viveu em ambiente com carência ou ausência de relacionamentos afetivos consistentes poderá prejudicar o outro (a vítima) sem remorsos. A vítima potencial é aquela representada pelo algoz. Filhos da negligência são inseguros, vulneráveis, hostis e agressivos socialmente (Dodge, Petit & Battes, 1994).

Abuso sexual: O adolescente relatou dormir na cama da mãe até completar 13 anos, usava chupeta e mamadeira até esta idade. A partir desta época, sua mãe colocou um guarda-roupa no quarto para dividi-lo. Trazia periodicamente namorados muito jovens com os quais mantinha relações sexuais, enquanto o filho dormia ao lado. A mãe andava constantemente nua pela casa. Fato confirmado pelas tias. Em uma viagem da terapeuta, o adolescente foi autorizado a falar com ela pelo telefone. No telefone, ele começou os primeiros relatos sobre o abuso sexual. Começou assim "a senhora sempre me disse que eu ia me lembrar de mais coisas. A senhora estava certa. Só tenho coragem de contar agora porque é pelo telefone". Disse lembrar-se de detalhes que pareciam não existir antes. Nas sessões anteriores era dito a ele que possivelmente muitas outras lembranças iriam ocorrer, principalmente àquelas relacionadas ao dia do crime, que para ele estava confuso e obscuro. Cada vez que contava algum tipo de abuso mostrava raiva e nojo pela mãe e dizia "ela não era minha mãe". Ele contou que ela dava banhos nele, masturbando-o. Dava beijos de língua dizendo que queria ensiná-lo a beijar. Encostava-se nele na cama e depois o espancava. Quando ele não cooperava com sua aproximação erótica, dava-lhe tapas na cara. Afirmou "minha mãe me tratava como homem, não como filho". Relatou ter muito ciúme da mãe. Afastou-se das abordagens sexuais maternas aos 13 anos, quando assistiu a um filme erótico e percebeu que aquilo que ele e a mãe faziam estava no filme. Disse sentir nojo e vergonha. A partir desta data o relacionamento deles ficou muito violento. A mãe passou a fiscalizar os passos do filho que tentava fugir ao seu controle. Ele passou a fazer tudo para agredi-la: fugia de casa, não estudava, quebrava coisas, agredia verbalmente a mãe e outros membros da família, mentia, manipulava, furtava dinheiro dos parentes e da mãe e até vendeu drogas uma vez. Relatou que tinha ódio, ciúme, frustração e se sentia angustiado todo o tempo. A imagem que veio à sua memória, em sessão terapêutica, "eu (ainda criança) estava com os braços estendidos, dentro de um furacão, sem saída, pedindo ajuda". Após a reunião com as tias, o processo de entendimento dos abusos sexuais ficou mais bem compreendido. Disse da vergonha e do nojo que sentia da situação e que depois se tornaram raiva incontrolável.
Heide e Boots (2007) afirmam haver correlação entre abuso sexual e parricídio, de forma que na clínica forense deve-se estar ciente que a revelação do abuso sexual poderá ocorrer durante as sessões terapêuticas. Também é importante que o terapeuta espere as revelações de forma natural, sem pressão, mas demonstrando aceitação incondicional quando a revelação for feita.

2. Revelação do crime

No quarto mês de psicoterapia conseguiu relembrar o dia do crime. Estavam, ele e a mãe, no banheiro escovando os dentes, quando ela deu-lhe um beijo na boca, ele recuou dizendo "está carente", ela reagiu dando-lhe um tapa no rosto. Ele pegou uma faca que a mãe havia usado para comer pêssego e a atacou. Continuou dando facadas até a raiva acabar (overkill). Sentou-se e sentiu um enorme alívio. Levou o corpo para o chuveiro para limpar o sangue. Queria que não ficassem vestígios da existência dela na casa, como se fosse possível apagar sua presença, lavou o sangue e retirou o corpo da cena do crime. Esta cena, que desencadeou o matricídio é o resumo de sua história "sedução e agressão".
Pode-se verificar que o crime não foi premeditado, mas foi realizado com extrema emoção. Parece haver um momento que não há mais como conviver com a situação e somente com a eliminação do algoz a tortura poderá ser encerrada.



3. Sessões Familiares com as tias

Histórico de abuso intrafamiliar: Foi solicitado ao adolescente para conversar com suas tias sobre os abusos e também para que avaliasse o tipo de apoio que poderia receber ao sair da unidade de socioeducação. A terapeuta falou separadamente com cada uma delas, depois fez sessões conjuntas do adolescente com cada tia separadamente e finalmente, realizou uma sessão com as três tias e o adolescente. Inicialmente contaram que o irmão mais velho delas, já falecido, havia abusado sexualmente de uma das filhas. A cunhada e os sobrinhos não compareceram ao enterro e puseram fogo na oficina onde ele trabalhava. Uma das tias contou que sabia que o pai delas abusara de uma de suas irmãs no cafezal, onde ele trabalhava, no sítio. Depois admitiu que havia sido com ela. Todas, por fim, relataram também que foram abusadas pelo pai e pelo irmão mais velho. As tias relataram que foram espancadas, tanto pelo pai como pela mãe, os quais usavam ferros, chutes e outras formas violentas para discipliná-las.
Após estas sessões, as tias fizeram vários telefonemas para a terapeuta para discutir a história de abuso sexual da família. Foram encaminhadas para outros profissionais, em suas cidades, para realizarem suas próprias psicoterapias. Ficaram muito perturbadas com a relação do abuso sexual e o matricídio. As tias oscilavam entre raiva do adolescente e pena, mas, todas queriam distância dele. Proibiram seus filhos de manterem contato por carta ou internet com o primo preso. A revelação do abuso intrafamiliar desnorteou a família e, de uma certa maneira, passaram a culpar o adolescente por este assunto ter vindo à tona.

4. Reinserção social e escolar

Ao longo de seu internamento foram feitas várias atividades para reinseri-lo ao meio social: iniciou uma atividade de qualificação profissional, cujo principal objetivo foi desenvolver um repertório de convívio com as regras do trabalho e de aumentar seu relacionamento social, que era precário. Após quatro meses de atividade, foi avaliado positivamente pelos seus superiores. As sessões terapêuticas deste período incluíam prepará-lo para a convivência no trabalho e na faculdade. Suas dificuldades de relacionamento eram discutidas, modelos alternativos de comportamento eram treinados e muitas vezes a terapeuta e estagiárias iam ao local de trabalho para receber e fornecer informações sobre o desempenho do adolescente.
Foi feito contato com o tio paterno do adolescente, pastor, buscando-se uma aproximação com a sua família paterna. O pai morava em outro Estado, havia tido dois filhos, cuja mãe falecera recentemente. Segundo o tio paterno, a mãe sabia onde o pai residia, encontrava-se com ele e não permitia a sua aproximação ao filho. O pai não sabia, até então, do matricídio. Os contatos com a família paterna não foram concretizados por falta de interesse do tio pastor.
O adolescente tinha o maior nível de escolaridade da unidade socioeducativa. Não havia professor das matérias que ele precisava cursar para concluir o Ensino Médio. Foram feitos contatos com os responsáveis pelo ensino de jovens a distância para que professores e material escolar fossem obtidos. Conseguiu concluir o Ensino Médio e prestou vestibular: passou em quatro faculdades. Iniciou o curso superior, mas foi obrigado a abandoná-lo por ter se envolvido com um aluno "não matriculado" na faculdade. O aluno pediu a ele que guardasse "receitas médicas" em sua mochila. Foi pego nesta "contravenção" e perdeu seu direito de cursar a faculdade. Um ano depois foi colocado em Regime de Semiliberdade e prestou novo vestibular. Passou e há dois anos cursa fisioterapia. Durante este período procurou a terapeuta para novas revelações. Contou que a família materna mantém distância dele, preferindo vê-lo na prisão. Percebeu que seu avô materno comportava-se como seu pai e que, provavelmente, o era. Isto justificaria todo o ódio que a mãe sentia por ele "você é a cara de seu pai, por isto te odeio". Lembrou-se que a mãe casou-se apressadamente, dois meses depois, já grávida, expulsou o suposto pai de seu filho, impedindo qualquer contato com a criança. Falou claramente "meu avô era meu pai, por isto minha mãe me odiava".




Fonte:
GOMIDE, Paula Inez Cunha. Abuso, negligência e parricídio: um estudo de caso. Temas psicol.,  Ribeirão Preto ,  v. 18, n. 1, p. 219-230,   2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2010000100018>

24 de março de 2016

Definições ID, Ego, Superego


O id

O id foi concebido como um conjunto de conteúdos de natureza pulsional e de ordem inconsciente, constituindo o polo psicobiológico da personalidade. É considerado a reserva inconsciente dos desejos e impulsos de origem genética, voltados para a preservação e propagação da vida. Contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento, acima de tudo os elementos instintivos que se originam da organização somática. Do ponto de vista “topográfico”, o inconsciente, como instância psíquica, virtualmente coincide com o id. Portanto, os conteúdos do id, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro lado, adquiridos e recalcados. Do ponto de vista “econômico”, o id é, para Freud, a fonte e o reservatório de toda a energia psíquica do indivíduo, que anima a operação dos outros dois sistemas (ego e superego).
Do ponto de vista “dinâmico”, o id interage com as funções do ego e com os objetos, tanto os da realidade exterior como aqueles que, introjetados, habitam o superego. Do ponto de vista “funcional”, o id é regido pelo princípio do prazer, ou seja, procura a resposta direta e imediata a um estímulo instintivo, sem considerar as circunstâncias da realidade. Assim, o id tem a função de descarregar as tensões biológicas, regido pelo “princípio do prazer”.

O ego

O ego se desenvolve a partir da diferenciação das capacidades psíquicas em contato com a realidade exterior. Sua atividade é, em parte, consciente (percepção e processos intelectuais) e, em parte, pré-consciente e também inconsciente. É regido pelo princípio da realidade, que é o fator que se incumbe do ajustamento ao ambiente e da solução dos conflitos entre o organismo e a realidade. O ego lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Desempenha a função de obter controle sobre as exigências das pulsões, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou reprimindo parcial ou inteiramente as excitações pulsionais.



Assim, o ego atua como mediador entre o id e o mundo exterior, tendo que lidar também com o superego, com as memórias de todo tipo e com as necessidades físicas do corpo. Como o ego opera de acordo com o princípio da realidade, seu tipo de pensamento é verbal e se caracteriza pela lógica e pela objetividade. Dinamicamente, o ego é pressionado pelos desejos insaciáveis do id, pela severidade repressiva do superego e as ameaças do mundo exterior. Assim, a função do ego é tentar conciliar as reivindicações das três instâncias a que serve, ou seja, o id, o mundo externo e o superego. Para Freud, estamos divididos entre o princípio do prazer (que não conhece limites) e o princípio de realidade (que nos impõe limites). Com referência aos acontecimentos externos, o ego desempenha sua função armazenando experiências sobre os diferentes estímulos na memória e aprendendo a produzir modificações convenientes no mundo externo em seu próprio benefício. A teoria psicanalítica procura explicar a gênese do ego como um sistema adaptativo, diferenciado a partir do id em contato com a realidade exterior.

O superego


O superego desenvolve-se a partir do ego, em um período que Freud designa como período de latência, situado entre a infância e o início da adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social. O superego atua como um juiz ou um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. Classicamente, o superego constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. Num primeiro momento, o superego é representado pela autoridade parental que molda o desenvolvimento infantil, alternando as provas de amor com as punições, geradoras de angústia. Num segundo tempo, quando a criança renuncia à satisfação edipiana, as proibições externas são internalizadas. Esse é o momento em que o superego vem substituir a instância parental por intermédio de uma identificação da criança com os pais. Freud salientou que o superego não se constrói segundo o modelo dos pais, mas segundo o que é constituído pelo superego deles. O superego estabelece a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão psíquico da repressão, particularmente a repressão sexual.



FONTE:

LIMA, A. P. O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta de integração entre a psicanálise e a neurofisiologia. Rev Psiq Clín. 2010;37(6):270-7. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n6/a05v37n6.pdf>

23 de março de 2016

Questões de Psicologia Organizacional 2016

(UFMA 2016) 20. Segundo José Carlos Zanelli, os campos intradisciplinares, também denominados de subcampos, que configuram a atuação do psicólogo organizacional e do trabalho são:

a) Psicologia do Trabalho, Psicologia Organizacional, Comportamento. Organizacional e Gestão
Estratégica de Pessoas
b) Psicologia Organizacional e Psicologia do Trabalho
c) Psicologia do Trabalho, Comportamento Organizacional e Gestão Estratégica de Pessoas
d) Psicologia do Trabalho, Saúde no Trabalho, Comportamento Organizacional e Gestão Estratégica de Pessoas
e) Psicologia do Trabalho, Psicologia Organizacional e Gestão de Pessoas

O campo da POT foi se estruturando em torno de três principais vertentes ou campos relativamente bem delimitados:

1. Psicologia do Trabalho: Lida com questões que relacionam o comportamento humano e o trabalho, estuda a natureza dos processos do trabalho e seus impactos psicossociais (QVT; saúde do trabalhador, tanto individual quanto coletiva). Esse campo preocupa-se em entender como o desempenho humano é afetado por fatores pessoais, ambientais e pela forma como o trabalho está organizado.

2. Psicologia Organizacional: É entender e lidar com processos psicossociais que caracterizam as organizações de trabalho como conjuntos de pessoas cujas ações precisam ser coordenadas a fim de atingir metas e objetivos que definem a missão de uma organização.

3. Gestão de Pessoas: Conjunto de políticas e práticas que revelam a estratégia utilizada para organizar a ação individual e a coletiva de forma congruente com seus objetivos e com sua missão.

          

(UFMA 2016) 23. O sistema de avaliação de desempenho denominado feedback de 360 graus tem como pressuposto central:

a) Contar com a participação de todos os gestores.
b) Diversificar o uso de técnicas de avaliação, incluindo, tanto técnicas individuais, como grupais.
c) Oferecer feedback de desempenho de pessoas que mantêm alguma forma de interação com o avaliado.
d) Realizar avaliações de desempenho priorizando o feedback dos clientes externos.
e) Considerar a autoavaliação como elemento chave de todo o ciclo do processo avaliativo, dando voz a quem normalmente não tem.

Avaliação 360 graus ou circular

A avaliação 360 graus é uma forma contemporânea de avaliação que está diretamente ligada à visão estratégica, em que a preocupação é com o desempenho e o atendimento das necessidades dos stakeholders (agentes relacionados com a organização). Nesse método, o avaliado recebe feedbacks (retornos) de todas as pessoas com quem se relaciona e, nesse caso, o critério para escolha dos avaliadores é a proximidade com o avaliado. (RIBAS, SALIM, 2013)





     Bibliografia :
    RIBAS, A. L. SALIM, C. L. Gestão de pessoas para concurso. Alumnus, 2013
     
   Zanelli, J. C. ; Borges - Andrade; J & Bastos, A. V. B. (Orgs). Psicologia, Organizações  e Trabalho no Brasil.  2° edição. Porto Alegre: Artmed,2014
    


21 de março de 2016

Constituição Histórica do campo da POT

   Os limites, características dos fenômenos que definem seu escopo, as perspectivas de análise e intervenção foram construídas historicamente a partir da interação entre três principais elementos:
  1.   Demandas sociais advindas da organização: (Desafios e gestão)
  2. O avanço do conhecimento científico
  3. Interação com outros domínios científicos e outros campos profissionais(produzindo tensões) ajudando a configurar a identidade própria.
O primeiro período vai até 1945.

·      -  Inicia-se a criação do laboratório para o estudo da fadiga em Modena(1899) por Luigi Patrizi
·      -   Kraeplin (Alemanha), Mosso (Itália) anos de 1990- estudos psicofisiológicos associados a fadiga e a cargas de trabalho
·       -  Lahy (frança- O primeiro a utilizar testes para a seleção de trabalhadores
·      -   Walter Dil Scott(1903) Publicou um livro sobre a psicologia da publicidade “The Theory of advertising”
·        - Hugo Munsterberg(1913) Publicou o livro Psychology and Industrial Efficiency. (seleção de pessoal, testes com a finalidade de ajustar as pessoas para o cargo)

“O melhor homem possível para o trabalho”(Seleção)
“O melhor trabalho possível” (Eficiência)
“O melhor efeito possível”( Venda, Publicidade e Marketing)

    Ou seja, necessidade de que o trabalhador atue em cargos que se ajustem as suas habilidades emocionais e mentais, para que haja eficiência no trabalho, produtividade e satisfação.

·   -      Taylor (1911) Administração Cientifica – Quatro princípios:

1)    Cada trabalho analisado e descrito detalhadamente para que o modo otimizado de executar as tarefas possa ser especificado
2)    Contrata-se de acordo com as características de desempenho do trabalho, cabe aos gerentes avaliar
3)    Trabalhadores devem ser treinados para executar tarefas
4)    Devem ser recompensados por sua produtividade, para incentivar o melhor desempenho.

-Lilian e Frank Gilbreth -Estudos dos tempos e movimentos (analisar e projetar o ambiente levando em consideração características humanas)

  Século XIX e inicio século XX : Aumento da população, segunda revolução industrial(motor de explosão interna)petróleo, eletricidade, telégrafo, rádio, telefone, cinema, modelo Taylorista-Fordista – Nasce a psicologia Industrial em um berço comum com a administração científica

·        - 1920 – Elton Mayo na Western Eletric Company – Estudos de Hawthorne – Importância de considerar os fatores sociais implicados em uma situação de trabalho.

O segundo Período 1945 a 1960 – Expansão e consolidação pós-guerra

·       -  Consolidação da psicologia organizacional e do trabalho
·       -  Legitimada a atuação dos psicólogos no contexto organizacional
·      -   EUA – Ampliação do escopo- psicólogos como consultores – desde o desenho dos postos de trabalho, passando por seleção, treinamento, introdução de novas tecnologias e desenvolvimento organizacional.
-   -A velha psicologia industrial é substituída pela psicologia organizacional – Não só a seleção mas também atenção para o funcionamento organizacional.
·       -  Ações de treinamento voltada para gestores
·     -Tavistock Institute of Human Relations – Modelo pesquisa-ação, modelos de grupos de trabalhos semiautônomos e o conceito de sistema sociotécnico.
·     -    1950 – Abraham Maslow – Hierarquia das necessidades
·       -  1960 -Douglas Mcgregor Teoria X e Teoria Y
                                                   
                                           


O terceiro período Fim da década de 1960 até 1970

·      -   Críticas ao modelo psicométrico de avaliação psicológica
·       -  POT se amplia- Escandinávia e em outros países – Humanização do trabalho e programas de QVT- intervenções mais abrangentes
·        - Modelos de gestão de controle começam a ser substituídos por modelos de compromisso e envolvimento.Experiências de cogestão e ao formato de cooperativas
·        - Trabalhos emergentes lidam com o desenvolvimento , resolução de conflitos e desenho de trabalho
·       -  Debate sobre questões éticas

O quarto período 1990 até 2010

·        - Maior atenção as questões de saúde do trabalho, consolidação de outros tópicos de estudo:estresse, conflito trabalho-família e aposentadoria
·         -Concepções tradicionais(estilos de liderança, racionalização e hierarquização) deram  lugar a novos conceitos(gestão do conhecimento, ética empresarial, organizações virtuais, tempo ocioso etc.)
                                        
   
     FONTE:

Zanelli, J. C. ; Borges - Andrade; J & Bastos, A. V. B. (Orgs). Psicologia, Organizações  e Trabalho no Brasil.  2° edição. Porto Alegre: Artmed,2014.  Capítulo 15 pag. 550-582



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