31 de maio de 2009

Hanseníase

Eu sempre fico mexida quando chegam pessoas que me procuram com certas dificuldades, e eu percebo que por mais trabalho pessoal que se faça, sempre há coisas que mobilizam e fazem surgir das profundezas preconceitos e medos desconhecidos ou que antes pareciam superados.


A hanseníase é uma doença infecto contagiosa, crônica de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante é causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen é um parasita intracelular obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas (pele) e por células dos nervos periféricos.

Sinais e sintomas

• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;
• Área de pele seca e com falta de suor;
• Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;
• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade; Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas,inchaço de mãos e pés.
• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
• Úlceras de pernas e pés.
• Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
• Febre, edemas e dor nas juntas.
• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
•Ressecamento nos olhos;
• Mal estar geral, emagrecimento;
Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.




Como se transmite?


A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento,elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem, porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo.
A hanseniase não transmite por:

Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseniase. Assentos, como cadeiras, bancos;Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saÚde; Picada de inseto;Relação sexual;Aleitamento materno;Doação de sangue;Herança genética ou congênita (gravidez);
Importante
Assim que a pessoa começa o tratamento deixa de transmitir a doença. A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar.

Como tratar?
O tratamento é ambulatorial. Administra-se uma associação de medicamentos, a poliquimioterapia (PQT/OMS), conforme a classificação operacional, sendo:
Paucibacilares: rifampicina, dapsona;
Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina;

Como se prevenir?
A hanseniase é uma doença incapacitante e apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como:
• diagnóstico precoce;• exame, precoce, dos contatos intradomiciliares;• técnicas de prevenção de incapacidades;• uso da BCG(ver item vacinação);

Como se realiza a prevenção de incapacidades?

A prevenção de incapacidades é uma atividade que se inicia com o diagnóstico precoce, tratamento com PQT, exame dos contatos e BCG, identificação e tratamento adequado das reações e neurites e a orientação de autocuidado, bem como dar apoio emocional e social. A PI se faz necessário em alguns casos após a alta de PQT (reações, neurites e deformidades em olhos, mãos e pés). A avaliação neurológica, classificação do grau de incapacidade, aplicação de técnicas de prevenção e a orientação para o autocuidado são procedimentos que precisam ser realizados nas unidades de saúde. Estas medidas são necessárias para evitar seqüelas, tais como: úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído, lagoftalmo). Recomenda-se o encaminhamento às unidades de referência os casos que não puderem ser resolvidas nas unidades básicas.

Complicações

A evolução crônica da doença pode ser interrompida de forma abrupta por sinais e sintomas agudos como febre alta, dor no trajeto dos nervos (principalmente nos braços, pernas e olhos), aparecimento de lesões na pele tipo placas ou caroços eritematosos e edemaciados e piora nas lesões pré-existentes. É o que chamamos de reação hansênica. Nesta eventualidade o paciente deve procurar, o mais rápido possível, a unidade de saúde para ser avaliado e iniciar o tratamento anti-reacional. Estas reações podem ocorrer antes ou durante o tratamento ou após a alta e são freqüentes, principalmente nas formas multibacilares da doença. Ocorrem devido a alterações no sistema imunológico por causas ainda não totalmente elucidadas.
É importante que todos os pacientes sejam avaliados de forma integral, holística, e que todos os problemas de saúde, físicos e emocionais estejam controlados para evitar o aparecimento das reações.
Qualquer foco de infecção (por exemplo: dentes) infestação parasitária (qualquer parasita intestinal), distúrbio hormonal (menarca, menopausa), vacinações (BCG), distúrbio emocional podem provocar alterações no sistema imunológico e desencadear as reações. Este fenômeno pode ocorrer até mesmo muitos anos após a alta da poliquimioterapia e nesta eventualidade não é necessário recomeçar o tratamento poliquimioterápico e sim iniciar, rapidamente a administração de drogas antireacionais, como a corticoterapia.


Referências:

http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=369&sid=12 ( CORDEL hanseníase : do isolamento a cura)
http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=365&sid=12
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=27446

30 de maio de 2009

Auto sabotagem

A VERDADE MAIS AMARGA É MELHOR QUE A MENTIRA MAIS DOCE.


Em 1916, Freud assina um artigo com um título instigante: “Os que fracassam ao triunfar”. Ou seja, o pessoal que sofre e morre de medo quando a existência traz satisfação e que fica feliz da vida quando ela não dá certo. No texto, o criador da psicanálise vai direto ao ponto: por algumas razões complicadas, e ele disseca todas elas, alguns indivíduos têm problemas em usufruir plenamente a satisfação de um desejo. Conseguir realizá-lo só traz angústia e ansiedade a eles, porque essa concretização vai contra algumas de suas crenças primordiais, entre elas a de que podem ter o direito de sentir felicidade atendendo aos seus desejos. Essas pessoas pode ter nas mãos todas as condições para aproveitar a vida ao máximo, mas elas talvez prefiram não fazê-lo. É uma espécie de medo de ser feliz.Por sua vez, o receio da satisfação traz um conflito. O monólogo interno desse embate poderia ser: “E se eu gostar? E se for feliz? E se der certo? Ai, que medo. Talvez aí eu tenha de mudar. Mas é tão bom fazer tudo da mesma maneira, tá tudo tão certinho, para que arriscar?” Uma parte de mim, é claro, quer realizar esse desejo. É a mais consciente, talvez a mais salutar, a que vê que as coisas não estão tão bem assim e que já há muito tempo precisavam ser mudadas. Outra metade de mim não quer, por culpa, covardia, raiva, desejo de vingança (contra os pais) ou acomodação. Essa parte é geralmente inconsciente e reprimida. Mas está lá. Inicia-se então um jogo de forças entre a parte consciente e inconsciente do ego, entre desejo e pressão social. Como em tudo, quem for mais forte ganha.

Podemos descobrir o que está por trás da auto-sabotagem ao fazermos perguntas a nós mesmos, tentando detectar culpas, medos, raivas ou nos lembrando dos registros negativos de infância. Isso também pode ser feito por meio de terapia verbal, analítica, com ajuda de uma pessoa preparada para isso, como um psicólogo ou um psicanalista. Mas outro jeito de entrar em contato com esses conteúdos internos é por meio das terapias corporais. “É preciso estar atento aos alertas do corpo. A limitação do movimento, aquilo que restringe nossa expressão corporal ou a dor nos dão indicações preciosas do que acontece em nossa psique e, por extensão, em nossa vida”, diz a terapeuta Miriam Leiner, que trabalha com a conscientização corporal por meio do movimento. “O corpo não está desconectado de nossas atitudes. Se ele não está em equilíbrio, o que está à sua volta também não está”, diz ela.

Um exemplo simples: uma das clientes de Miriam tinha sua postura comprometida por causa de um grave ferimento no pé, feito ainda quando era adolescente. Esse ferimento trazia dolorosas lembranças para a moça, pois havia ocorrido em um acidente de automóvel em que seu irmão havia morrido. Quando reaprendeu a andar, logo depois do acidente, ela passou a colocar mais peso no lado oposto do corpo. Era uma maneira de não sentir a dor física do ferimento, mas também uma forma eficiente de evitar a dor emocional associada a ele, como a perda do irmão e a culpa imensa por ter sobrevivido. O maior peso de um lado do corpo provocou outras compensações corporais, que resultaram numa postura desequilibrada e torta. “A moça continuou o resto da vida a proteger o pé esquerdo. O ferimento físico foi recuperado, mas não o emocional”, afirma Miriam. Ao tentar encontrar de novo seu equilíbrio durante a terapia, e mexer na base do seu corpo – os seus pés –, a dor voltou, profunda e intensamente. Quando se lembrou novamente do acidente, a moça percebeu que não se sentia merecedora de estar viva. “Ela admitiu que se autosabotava toda vez que estava prestes a sentir-se bem-sucedida e satisfeita. Ela achava que não tinha direito de ser feliz.” Esse sentimento emergiu ao travar contato com a dor e a culpa registrada no seu corpo. “A autoconsciência do que fazia com ela mesma foi vital para o seu reequilíbrio psíquico, energético e corporal. E, ao longo do trabalho com o corpo, sua dor emocional pode, finalmente, cicatrizar.”“O que meu corpo me diz?”, portanto, pode ser outra pergunta a indicar um caminho para a resolução do conflito. É mais uma boa pista para saber em que direção mudar



Texto Liane Alves (adaptado)

Fonte:
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/080/grandes_temas/conteudo_470697.shtml

29 de maio de 2009

Pelego

E´ sabido que todo psicanalista deve, ele mesmo, fazer análise antes de começar a analisar os outros. Segundo o analista de Bagé, isto acontece pela mesma razão que um cirurgião desinfeta as mãos "antes de mexê em tripa alheia" é para "o vivente descobri se não tá na profissão só pra ouvi bandalheira". O próprio analista de Bagé precisou se analisar, mas não passou da primeira sessão e teve que ser contido para não cumprir sua ameaça de sangrar seu analista, porque "esse aí só serve pra morcilha".
- Mas morcilha de sangue de gente não presta.
- Então não serve pra nada!
Nunca se soube muito bem o que houve durante a sessão, mas por muito tempo o analista de Bagé só se referia ao outro como "más bisbilhoteiro que filho de empregada".
A solução foi o próprio analista de Bagé se auto-analisar. Ele mesmo conta que foi um pouco cansativo ficar pulando do banquinho para o pelego e do pelego para o banquinho durante cinqüenta minutos, mas valeu a pena.
- Hoje me conheço de me tratar por tu e dividi palheiro, tchê.
Ninguém esteve presente, é claro, mas foi possível fazer uma razoável reconstituição do diálogo entre o analista de Bagé e ele mesmo, logo depois da formatura.
- Mas então, tchê?
- Pôs to aqui.
- Que venham os loco?
- Que venham os loco que eu reparto de pechada, tchê.
- Oigalê!
- Por Freud e Silveira Martins.
- Oigatê!
- Se corcoveá, eu monto.
- E dá de relho.
- Bueno, de relho não. De relho, só cavalo aporreado e china respondona.
- Guasca velho! E tu não tem nada pra botar pra fora? Recalque, complexo ou arroto?
- Mas o que é isso, índio velho? Tu sabe que bageense é como vitrine de belchior, tá tudo ali na frente. Escondido só bragueta de gordo.
- Não é como essas outra raça.
- Pos não é. Tem raça que é que nem cestinha de morango. Por baixo é tudo podre.
- Bueno, se todo mundo fosse gaúcho, ser gaúcho não era vantagem.
- E ia faltar mate.
- Deus fez os outros primeiro e o gaúcho quando pegou a prática.
- Por isso é que tem tanto índio desajustado.
- Teu trabalho é curar esses desgarrado.
- E tu acha que eu to pronto, tchê?
- Mas tu ta virando carvão, tchê! Salta daí e vai trabalhar.




LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO, Histórias do analista de Bagé,

25 de maio de 2009

A gente é para o que nasce

O curso de psicologia da universidade estadual do Piauí, que essa pessoa que vos fala freqüenta, possui o penúltimo bloco do terror, são cinco estágios no mesmo período, quer dizer em mais ou menos 4 meses você tem que mostrar sua qualidade, arrasar (no bom sentido) em 5 lugares diferentes, na escola, na clínica, na comunidade (no meu caso no psf), no hospital, e numa organização (esse ainda falta começar), e a galera ainda bota pilha dizendo que é agora que a gente sabe quem nasceu pra ser psicólogo e quem não nasceu pra ser psicólogo, olha a pressão! E estão ocorrendo fenômenos inexplicáveis:

As pessoas estão surtando, outras virando zumbis, aquele ótimo aluno que tirava as melhores notas está completamente perdido e o outro que a gente não botava fé está se dando muito bem (estou no meio termo, viu), sabem por quê?
Parafraseando meu supervisor de clínica, por que psicologia é gente, não que a teoria não seja importante, ela é muito importante, por que é a base, mas é ali olho no olho que a gente sabe quem nasceu pra ser psicólogo e quem não nasceu pra ser psicólogo.

Alguns ex-alunos falam da síndrome do décimo bloco

Acne, Cabelos brancos, Dores de cabeça, Tristeza, Irritação,Cansaço, aumento ou perda de peso, tem gente que quer largar tudo e ir quebrar coco no interior(ops!)

você se deparar com a realidade e com a sua verdade é algo muito complexo, você perceber que existem áreas que você não possui os atributos necessários para fazer um bom trabalho(resumindo: você não é bom nisso!), que em todo os lugares que você chega as pessoas pensam que vc vai se trancar numa sala e fazer psicoterapia, e nesses lugares muitos lhe veem como o salvador da pátria e já outros subestimam o que se pode fazer, tudo isso é vivido em 5 lugares diferentes, em 7 dias da semana, bancado pelo seu próprio bolso durante 4 meses.

Meu deus! Será que nasci pra ser psicóloga?!



Síndrome é o agregado de sinais e sintomas associados a uma mesma patologia e que em seu conjunto definem o diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica, ou seja, é um conjunto de sintomas que costuma ocorrer simultaneamente, a Síndrome de Pânico, por exemplo, apresenta sintomas como sensação subjetiva de pavor, taquicardia, dispnéia, dispepsia, tonteira, sensação de morte iminente etc.


Referências:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/dialogos_sindrome_do_panico.htm

24 de maio de 2009

O Guardião

Tô publicando essa estória em homenagem ao meu psicólogo, que me contou essa história com tanta dramaticidade, ele incorporou realmente o personagem.
Eu esperei ele contar a estória todinha e no final ainda disse que eu já a conhecia e essa era bem velha, oh, maldade! Tava mal humorada nesse dia, mas é verdade por mais bonito que pareça o problema é sempre um problema e precisa ser exterminado.



Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.
O Mestre, com muita tranquilidade, falou:
- Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.
Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas: - Aqui está o problema!
Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ...ZAPT!... destruiu tudo, com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse:
Você é o novo Guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.

Os orientais dizem:
- Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar o chá para, então, beber o vinho.

(Roberto Shinyashiki)adaptado.

21 de maio de 2009

O diagnóstico em psicologia hospitalar



O diagnostico em psicologia hospitalar divide-se em quatro eixos:

Diagnóstico reacional: Refere-se ao modo como a pessoa reage a doença, a doença é um evento que se instala de uma forma tão central que a pessoa entra na órbita da doença, habitualmente segue-se primeiro a negação, depois a revolta, a depressão e enfrentamento, o termo órbita significa “movimento em torno de” o que explica que a posição pode variar de um dia para outro por isso não convém aceitar como definitiva a posição identificada, lembrando que essas posições não são específicas para a doença e constituem- se isto sim, nas maneiras que os humanos dispõe para enfrentar crises , receber noticias ruins, lidar com mudanças, encarar a morte e , também reagir a doenças.

Diagnostico médico: É o resumo da situação clinica do paciente, para obter essas informações o psicólogo deve olhar o prontuário do paciente, fazer perguntas à equipe médica ou diretamente ao paciente, em relação à terminologia médica dos nomes das doenças o que importa é poder comunicar a natureza da afecção orgânica que motivou a internação do paciente e não sua precisão científica.

Diagnóstico situacional: Constrói uma visão panorâmica do paciente com o objetivo de tratar o paciente como um todo: sua vida psíquica, social, cultural, o primeiro nível do diagnóstico é o físico, depois vemos a vida psíquica identificando os principais traços da personalidade, conflitos psicodinâmicos e eventuais doença mentais, vida social com sua rede de relacionamentos interpessoais que caracterizam o dia-a-dia da pessoa.

Diagnóstico transferêncial: Avalia as relações que a pessoa estabelece a partir de seu lugar de adoecimento, o adoecer além de um processo biológico é uma rede de relacionamentos interpessoais, o paciente estabelece relações fundamentais com o médico, família, enfermagem, outros técnicos e o psicólogo, lembrando que no contexto hospitalar essas relações não são duais, pois existe um terceiro: a instituição.


Referência:

SIMONETTI, Alfredo. Manual de psicologia hospitalar – o mapa da doença. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

20 de maio de 2009

O PSF e o Agente comunitário

No final da década de 80, numa conjuntura de seca surge um programa emergencial com a finalidade de realizar ações básicas de saúde no sertão cearense priorizando a educação em saúde, diante do sucesso em 1988 o programa abandonou o caráter emergencial e adquiriu característica de extensão de cobertura e de interiorização da saúde.

Em 1991 o ministério da saúde legitimou o PACS e lançou o programa com os objetivos de desenvolver ações básicas de saúde; identificar fatores determinantes do processo saúde/doença; desencadear ações de promoção de saúde e prevenção de doenças. O agente seria o elo de ligação agindo junto à comunidade como facilitador. O sucesso do PACS e o aparecimento de outras experiências fomentaram a discussão acerca do esgotamento do modelo de atenção básica á saúde, com reflexões sobre o enfoque na família e não no indivíduo, o agir preventivo sobre a demanda e a adoção de práticas não-reducionistas. Em 1994 iniciou-se a formulação de diretrizes do PSF, definido como um modelo de assistência à saúde que desenvolveria ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade mais tarde passou a ser considerada como uma estratégia capaz de (re) estruturar os sistemas municipais de saúde, visando à reorganização do modelo de atenção, contribuindo para uma nova dinâmica dos serviços e ações de saúde.

Uma das premissas básicas do agente de saúde é residir na comunidade onde irá trabalhar, ele tem a função de traduzir para a equipe de saúde a realidade da comunidade e seus modos de andar a vida, trazendo informações que extrapolam a questão da doença, mas que são fundamentais para a compreensão do cotidiano local e para a construção do vínculo usuário-profissonal de saúde.

As composições das equipes de saúde apontam para a multiprofissionalidade fazem parte da equipe: médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, o agente comunitário atua facilitando a ampliação do acesso à unidade, traduz para a equipe os modos de vida das pessoas na comunidade, e esta se configura como condição determinante para configurar a organização do trabalho da equipe e formatar suas ações.

Faz-se uma comparação do agente de saúde com o elo na medida em que serve apenas como veículo de informações, como se ele estivesse preso em sua própria corrente, como elos que se enroscam, conformando um nó; sendo laço quando conseguem estabelecer um território comum gerando ações comuns onde os sujeitos e seus saberes interagem e dialogam, gerando laços comuns que sustentam a existência desse espaço de encontros.




Referência:

SILVA, R. V. B., STELET, B. P., PINHEIRO, R., GUIZARD, F. Do Elo ao Laço: o Agente Comunitário na Construção da Integralidade em Saúde in Pinheiro, R. & Mattos, R.A. (orgs.). (2006). Cuidado: As Fronteiras da Integralidade. Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ; ABRASCO. 3ªed.

19 de maio de 2009

Vila do sossego

Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam

Em seus papiros, papillon já me diziam

Que nas torturas toda carne se trai

E normalmente, comumente, fatalmente, felizmente

Displicentemente o nervo se contrai


ZÉ RAMALHO

18 de maio de 2009

ACHO QUE VOU PEDIR PRA SAIR!

A Árvore dos problemas

Esta é uma história de um homem que contratou um
carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na
sua fazenda.
O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil.
O pneu da seu carro furou, fazendo com que ele
deixasse de ganhar uma hora de trabalho; a sua serra
elétrica quebrou; e aí ele cortou o dedo; e
finalmente, no final do dia, o seu carro não
funcionou.
O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma
carona para casa, e durante o caminho, o carpinteiro
não falou nada.
Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o
homem para entrar e conhecer a sua família.
Quando os dois homens estavam se encaminhando para a
porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma
pequena árvore e gentilmente tocou as pontas
dos galhos com as duas mãos.
Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro
transformou-se.
Os traços tensos do seu rosto transformaram-se
em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e
beijou a sua esposa.
Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua
visita até o carro.
Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou
pôr que ele havia tocado na planta antes de entrar em
casa.
Ah! esta é a minha planta dos problemas.
Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu
trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os
meus filhos e minha esposa.
Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta
árvore quando chego em casa, e os pego no dia
seguinte.
E você quer saber de uma coisa?
Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus
problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro
de ter deixado na noite anterior.

Vou dormir agora!

17 de maio de 2009

Síndrome da UTI

Ministério da Saúde Psicólogo -2005


54 - A síndrome de UTI:

I) é um estado confusional e regressivo, que aparece alguns dias depois da internação em UTI e costuma desaparecer logo após o paciente ser transferido da UTI.
II) é um estado mais comum em pacientes clínicos do que em pacientes cirúrgicos.
III) é um estado secundário à internação na UTI, que não tem relação com antecedentes de personalidade.

(A) apenas I está correta;
(B) apenas III está correta;
(C) apenas II e III estão corretas;
(D) apenas I e II estão corretas;
(E) todas estão corretas.


As características gerais da UTI, fatores do ambiente e do próprio paciente conduzem a desordens psicológicas. Alterações que interferem no curso da recuperação física, delineando o tipo de resposta do paciente às ações médicas.

Síndrome da UTI É um estado confusional, reversível, secundário a internação em UTI. Desenvolve-se entre o terceiro e o sétimo dia após a admissão na unidade. Em geral, os pacientes estão lúcidos um ou dois dias que antecedem o desenvolvimento da síndrome.
A incidência é de 12 a 38% dos admitidos e é mais freqüente em pacientes cirúrgicos do que em clínicos. Freqüentemente esses sintomas desaparecem ou diminuem após 48 horas da alta da UTI.




Fonte:

CARPENTIERI, M., LEITÃO, M. S., SIQUIERA, C. M. Auto – produção de stress e o stress no ambiente de UTI, (2002) disponível em http://www.cphd.com.br/trabalhos/cphd_11022006112316.doc

14 de maio de 2009

PM -MA Tenente-Psicólogo 2006

Meus amigos
Preciso dizer pra vcs, atendi meus primeiros clientes na clinica hoje!
E foi massa!

38. A entrevista realizada por psicólogo, que tem por objetivo principal avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento, é denominada entrevista
(A) de devolução.
(B) de anamnese.
(C) diagnóstica.
(D) sistêmica.
(E)) de triagem.


Entrevista de triagem:

-Avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento.
-Avaliar a gravidade da crise, pois, nesses casos, torna-se necessário ou imprescindível o encaminhamento para um apoio medicamentoso

Entrevista de anamnese

Objetiva o levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa, principalmente na infância.

Entrevista de diagnóstico:

Implica descrever, avaliar, relacionar e inferir , tendo em vista a modificação daquela condição

Pode priorizar:

Diagnóstico sindrômico: visando a descrição de sinais e sintomas para a classificação de um quadro ou síndrome.
Diagnóstico psicodinâmico: visa a descrição e a compreensão da experiência ou do modo particular de funcionamento do sujeito, tendo em vista, uma abordagem teórica.

Entrevista sistêmica

Cada vez mais importante para avaliar casais e famílias, principalmente quando há demanda de atenção psicológica para crianças e adolescentes.
Podem focalizar a avaliação da estrutura ou da história relacional ou familiar e também aspectos importantes da rede social de pessoas e famílias.

Entrevista de devolução

Tem por finalidade comunicar ao sujeito o resultado da avaliação, outro objetivo importante é permitir ao sujeito expressar seus pensamentos e sentimentos em relação às conclusões e recomendações do avaliador além avaliar a reação do sujeito a elas.


Referência:
CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico – V. Porto Alegre: ARTMED, 2000

9 de maio de 2009

OUSE!

Conta uma antiga lenda que, na Idade Média, um homem muito religioso foi injustamente acusado de um assassinato.O homem foi levado a julgamento e o resultado seria a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história.
O juiz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado que provasse sua inocência.
Disse o juiz:- Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor; vou escrever em um pedaço de papel a palavra INOCENTE e noutro pedaço a palavra CULPADO. Você sorteará um dos papéis e aquele que sair será o veredicto. O Senhor decidirá seu destino, determinou o juiz.
Sem que o acusado percebesse, o juiz separou os dois papéis, mas em ambos escreveu CULPADO de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance do acusado se livrar da forca. Não havia saída. Não havia alternativas para o pobre homem. O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um.



O homem pensou alguns segundos e pressentindo a vibração, aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou-o na boca e o engoliu.

Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e indignados com a atitude do homem.
- Mas o que você fez? E agora? Como vamos saber qual seu veredicto?

- É muito fácil, respondeu o homem - basta olhar o outro pedaço que sobrou e saberemos que acabei engolindo o seu contrário.

8 de maio de 2009

E agora o que é que eu faço?

Conta uma antiga lenda que, na Idade Média, um homem muito religioso foi injustamente acusado de um assassinato.
O homem foi levado a julgamento e o resultado seria a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história. O juiz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado que provasse sua inocência.
Disse o juiz:
- Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor; vou escrever em um pedaço de papel a palavra INOCENTE e noutro pedaço a palavra CULPADO. Você sorteará um dos papéis e aquele que sair será o veredicto. O Senhor decidirá seu destino, determinou o juiz.
Sem que o acusado percebesse, o juiz separou os dois papéis, mas em ambos escreveu CULPADO de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance do acusado se livrar da forca. Não havia saída. Não havia alternativas para o pobre homem. O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um.

5 de maio de 2009

DESASTRES: PERDAS E CONSEQUÊNCIAS

Prestar assistência à população em situações de crise é função específica de psicólogos.

No Brasil, existem apenas dois grupos que prestam assistência especializada em situações traumáticas e de crise: o Ipê (Intervenções Psicológicas em Emergência), em São Paulo, e o APICE (Assistência Psicológica em Crise e Emergência), em Fortaleza. A coordenadora desse serviço no Ceará, a psicóloga Sarah Vieira Carneiro, mestre pela PUC/SP, trabalha com perdas e luto há dez anos, sendo referência no atendimento das vítimas do desastre do vôo TAM JJ3054, no Estado do Ceará.

Não saber como agir numa emergência pode potencializar ainda mais as conseqüências de uma situação traumática. Qual o papel do psicólogo com formação em crise e emergência?

Cada ocorrência é distinta, a depender do número de pessoas envolvidas, da extensão do dano, da cobertura da mídia, do número de mortos ou feridos, da natureza da crise, mas o psicólogo treinado tem algumas diretrizes de atuação. No pré-desastre, trabalhamos com psico-educação em desastre (levar informações às pessoas em risco quanto às medidas preventivas, às reações psicológicas e comportamentais esperadas). As pessoas reagem “normalmente” a uma situação anormal. Simplesmente saber disso já as tranqüiliza e capacita para bom manejo da situação. Na fase do desastre propriamente dito, temos como função proteger psicologicamente os sobreviventes de se expor a mais situações traumáticas. As pessoas perdem a noção de tempo/espaço e do perigo, ficam desorientadas, confusas e podem se colocar em grande risco. Nesta fase, temos o papel de avaliar quem são as pessoas que necessitarão de apoio psicológico/médico continuado. No pós-desastre, acontece o acompanhamento do processo de luto advindo e das pessoas que desenvolveram algum distúrbio psicológico, a despeito de toda a intervenção. Não se trata de uma psicoterapia comum; é preciso treinamento para realizá-la.

Existe no Brasil a preocupação em assistir as pessoas submetidas a situações traumáticas?

Ainda não há pesquisas que apontem cabalmente qual o tipo de desastre mais traumático. Nos desastres ditos naturais, há uma tendência da população menos escolarizada de pôr a culpa em Deus e de não buscar “justiça”. No Brasil, existem dois grupos que fazem essa assistência especializada. O Ipê (Intervenções Psicológicas em Emergência), em São Paulo, e o APICE (Assistência Psicológica em Crise e Emergência), no Ceará. Infelizmente, o sofrimento das vítimas de crises ainda não foi reconhecido pelo poder público, levando tais grupos a atender através da iniciativa privada. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil fazem um trabalho exemplar no Ceará, mas não podemos dizer que assistam psicologicamente as pessoas.

Fale-nos sobre os cursos de capacitação e os profissionais aptos a ter essa formação.

Esta área da Psicologia é bem recente. A capacitação ainda é muito irregular e incipiente no mundo, a exceção de meia dúzia de países, onde atentados terroristas e desastres naturais de grandes proporções são mais freqüentes. Falta pessoal especializado e que tenha disponibilidade para integrar as equipes. O profissional tem de ter também um esquema de emergência próprio. Sabemos quando uma crise começa, mas não quando termina e quando poderemos voltar para casa. Na queda do vôo TAM JJ3054, fiquei praticamente dois meses seguidos em São Paulo assistindo as vítimas. A situação de quem trabalha com desastres também é complicada e deve ser monitorada por colegas ou pela supervisão. Estão aptos (e devem) participar de treinamento todos os profissionais que atuam ou desejam atuar em situações emergenciais: policiais, do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, psicólogos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de segurança privada, agentes funerários. No Norte-Nordeste, o APICE realiza cursos periódicos de capacitação e seleção de novos integrantes.

Apesar da assistência dada às pessoas que enfrentam situações traumáticas, quase nada é feito para tratar a condição psicológica.

É louvável a iniciativa dos órgãos públicos no sentido de garantir abrigo, comida e roupa aos desabrigados. Isso é de importância vital. São necessidades básicas: estar seguro fisicamente, comer e descansar. Infelizmente, tal intervenção, quando isolada, está baseada num equívoco clássico, o de que só o que importa é a segurança física, como se fosse possível dissociar o ser humano em corpo e mente. Sem dúvida, a vida é nosso bem mais precioso, mas o poder público fica estático quando o risco de morte está excluído. Como exemplo, temos os tremores de terra em Sobral. O número de mortos é zero, há poucos feridos, mas a população está em pânico. A rotina da comunidade foi severamente atingida, as pessoas não sabem mais como se comportar, afluindo aos montes nos serviços de saúde. Somente as intervenções psicológica, educativa e social poderão acessar e minimizar tamanho mal estar. Vale deixar claro que o trabalho da equipe de Psicologia de Emergência torna muito mais eficaz e fácil o trabalho das outras equipes, potencializando as ações dos governos.

O que pode ser feito para que a população receba intervenção psicológica?

Na maioria dos casos, somente a cooperação com o poder público poderia garantir assistência especializada às vítimas. O trabalho em crise é eminentemente um trabalho em rede, de cooperação entre as equipes de primeiros socorros, membros da comunidade, representantes do terceiro setor, mídia e a equipe de emergência psicológica. É necessário que as pessoas saibam da existência e da disponibilidade desse serviço. O que também se observa é uma enorme demanda reprimida: pessoas que passaram por algum evento traumático e continuam sofrendo, achando simplesmente que isso é normal... E vão reduzindo suas vidas cada vez mais, reféns do medo, da insônia, da depressão e de uma série de outros sintomas e doenças.

Fale-nos sobre a condição dessas pessoas que possuem maior risco de desenvolver doenças físicas e psicológicas.

As pessoas que passaram por uma experiência traumática (perda de um ente querido, abuso sexual, seqüestro, assalto, catástrofe) têm risco aumentado para uma série de sintomas e doenças, como ansiedade, depressão, transtorno de estresse agudo e pós-traumático, síndrome do pânico, insônia, distúrbios alimentares, enxaquecas, dores inespecíficas, problemas de pele, distúrbios gastrintestinais, oscilações de pressão, desmaios, abuso de álcool/drogas. Há ainda a terrível sensação de não estar seguro, de que o mundo é um lugar muito perigoso e incontrolável, que as pessoas não são dignas de confiança, levando ao retraimento social, problemas no trabalho e conflitos familiares, podendo evoluir inclusive para o suicídio. Devemos estar mais atentos às crianças, idosos e às pessoas com algum tipo de necessidade especial. É notável a depressão do sistema imunológico, aliada à falta de auto-cuidado, diante de uma exposição excessiva e/ou continuada a eventos estressantes.

O que fazer no caso das pessoas com transtorno de estresse pós-traumático, abuso de álcool/drogas?

Ante a um diagnóstico decorrente de trauma, há de se fazer o encaminhamento apropriado, qual seja: psicoterapia com psicólogo emergencista e acompanhamento médico. A depender do diagnóstico, deve-se lançar mão das mais variadas especialidades: nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, serviço social, dentre outras. No caso do abuso de drogas, deve-se avaliar, ainda, a necessidade de internação em instituição especializada. A avaliação do plano de tratamento deve ser conduzida pelo médico e o psicólogo de emergência. Devemos trabalhar na prevenção e nela concentrar nossos esforços, pois uma vez instalada a doença, ela pode tornar-se crônica e de difícil controle, causando diversos danos secundários. É menos dispendioso em termos econômicos e emocionais colocar equipes de prevenção (antes e durante a ocorrência) em campo do que tratar doenças/comportamentos desadaptativos já instalados.

Por Giovanna Sampaio
Artigo Publicado no Jornal Diário do Nordeste em 08/06/2008 .Disponível em http://www.defesacivil.ce.gov.br/Artigo-desastre.asp

2 de maio de 2009

Questão de Concurso - Bulimia nervosa

RMS, 29 anos, casada, superior completo, brasileira.

Desde a infância preocupava-se com sua aparência e forma física. Dos dez aos 17 anos lembra que fazia suas próprias dietas: só bebia líquidos ou ficava 24 horas sem se alimentar, comia apenas casca de pão e café e voltava a ficar em jejum; esporadicamente tomava, às escondidas, inibidores de apetite da sua mãe. Aos onze anos já fazia uso de laxantes, sempre preocupada com o peso. Com 17 anos iniciou dieta sob orientação de um endocrinologista e tomou hormônio tireoidiano, apresentando rápida e importante perda de peso. Passou, no entanto, a apresentar déficit cognitivo e claro prejuízo no desempenho escolar (duas reprovações consecutivas). Decidiu voltar a se alimentar, agora com 19 anos, porém, começou a apresentar episódios bulímicos nos quais quase diariamente, às escondidas e sem controle, ingeria alimentos diversos, doces e salgados simultaneamente, semipreparados e, às vezes, gelados. Algumas vezes tais episódios eram seguidos de vômitos auto-induzidos e, nessa ocasião, chegou ao seu peso mais alto: 62 Kg e Índice de Massa Corpórea de 25 Kg/m2. Desde então nunca apresentou remissão completa da sintomatologia. Atualmente pesa 54 Kg, mede 1,59 m, apresenta Índice de Massa Corpórea de 21 e se acha gorda. Pesa-se semanalmente, sempre após ir ao banheiro e imediatamente antes do almoço. Tem sérios descontroles alimentares e vomita quase diariamente. Agride-se fisicamente quando acha que comeu demais ("socos na barriga"), culpa-se, sente raiva de si. Apresenta irregularidade menstrual e sintomas depressivos associados: desânimo, tristeza, hipersônia, irritabilidade, baixa auto-estima, tensão e dores musculares. Sempre bastante introspectiva, nunca contou a ninguém sobre seus problemas alimentares, nem mesmo à psicoterapeuta com quem tentou se tratar há algum tempo.



TRE-SP -PSICÓLOGO -2004


21. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (ou DSM-IV) aponta como critério diagnóstico para identificar a Bulimia Nervosa (307.51), a presença de

(A) episódios de hipofagia e métodos compensatórios inadequados para evitar perda de peso, além de queixa de dificuldade para manter o sono, decorrente
da presença de pesadelos.
(B) Comportamento compensatório inadequado e recorrente, com o fim de prevenir o aumento de peso, como indução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, enemas ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos.(C) episódios recorrentes de compulsividade para comer e comportamentos inadequados para evitar perda de peso.
(D) queixa de dificuldade para iniciar ou manter o sono.
(E) ocorrência repetida de sonhos assustadores que levam ao despertar.






307.51 Bulimia Nervosa

A. Crises bulímicas recorrentes. Uma crise bulímica é caracterizada por ambos os seguintes aspectos:
(1) ingestão, em um período limitado de tempo de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria durante um período similar e sob circunstâncias similares
(2) Um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio (p. ex., um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o tipo e a quantidade de alimento).
B. Comportamento compensatório inadequado e recorrente, com o fim de prevenir o aumento de peso, como indução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, enemas ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos.
C. A crise bulímica e os comportamentos compensatórios inadequados ocorrem, em média, pelo menos duas vezes por semana, por 3 meses.
D. A auto-imagem é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso do corpo.
E. O distúrbio não ocorre exclusivamente durante episódios de Anorexia Nervosa.
Especificar tipo:
Tipo Purgativo: durante o episódio atual de Bulimia Nervosa, o indivíduo envolveu-se regularmente na indução de vômitos ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.
Tipo Não-Purgativo: durante o episódio atual de Bulimia Nervosa, o indivíduo usou outros comportamentos compensatórios inadequados, tais como jejuns ou exercícios excessivos, mas não se envolveu regularmente na indução de vômitos ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.





REFERÊNCIAS:

relato de caso extraído:

CASTILHO, Simone Mancini; COSTA, Luiz Henrique Viegas. Reboxetine in the treatment of bulimia nervosa. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 25, n. 2, June 2003 . Available from . access on02 May 2009. doi: 10.1590/S1516-44462003000200010.

http://www.psicosite.com.br/cla/d_alimentar.htm
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