21 de outubro de 2015

Experimentos em Gestalt- Terapia

O experimento na Gestalt-terapia não pode reduzir-se a uma técnica ou coisa mas deve ampliar seu significado, o psicólogo não pode ser só um controlador de um experimento e observador de dados, ele arma os experimentos, mas divide o controle e observação com o paciente e consequentemente o resultado dos experimentos indicam direções para novos experimentos, quando o cliente segue a experienciar sem o terapeuta, quer dizer que a terapia está terminada (YONTEF,1998).

KYIAN (2006) cita alguns experimentos em Gestalt-terapia:

·         Tomada de consciência: Consiste na criação de possibilidades que contribuem para levar o indivíduo a tomar consciência de sua própria existência e do que faz com ela.

·         Trabalho com sonhos: Entende-se que sonhos são mensagens existenciais e o trabalho possibilita tornar figura o que era fundo, utilizando fragmentos do sonho, sempre percebendo sua base fenomenológica em que só a pessoa pode compreender o sonho. No experimento o Gestalt-terapeuta pede para o cliente presentificar o fragmento do sonho vivendo-o no presente.

·         Cadeira vazia: Potente instrumento de fechamento de figuras inacabadas e de awareness do cliente sobre situações interrompidas. Usa-se uma cadeira vazia e guia-se o cliente para viver os dois lados do conflito, o cliente trabalha com a cadeira através da imaginação, coloca nessa cadeira vazia a representação de um lado do seu conflito interior e interage com ele.

·         Monodrama: mais uma possibilidade de integrar ao indivíduo partes dele mesmo, consiste em o indivíduo representar todos os personagens (do seu conflito) trocando o papel sempre que necessário.

·         Exageração: Exagerar em determinada fala ou gesto que estariam diluídos num relato ou contexto pouco propício para a awareness.

·         Trabalho com o corpo: Cabe a percepção do terapeuta mostrar ao cliente o que ele está fazendo com seu corpo, por exemplo se mexe muito as pernas, ou se fica com os braços cruzados em determinado momento ou quando fala algum assunto, e a partir disso integrar e compreender o que está acontecendo no aqui-agora.

·          Outras formas de expressão: Pintura, escultura, modelagem, música e etc.



A Gestalt – terapia ao se basear na experimentação permite que o ato psicoterápico seja um campo de experiência. O experimento é um exercício, um meio de levar o cliente a uma conscientização, é um instrumento, uma ferramenta do terapeuta, um guia para levar a pessoa a experienciar ampliando sua awareness e compreensão de si mesmo. (RIBEIRO, 2007, CADELLA, 2002).

Referências Bibliográficas:

CARDELLA, Beatriz Helena Paranhos. A construção do psicoterapeuta uma abordagem gestáltica. São Paulo: Summus, 2002
RIBEIRO, J. P. O Ciclo do Contato: Gestalt – Temas Básicos na abordagem gestáltica. São Paulo: Summus , 2007
KIYAN, A. M. (2001). E a Gestalt emerge: vida e obra de Frederick Perls. São Paulo: Altana.
YONTEF, G. Processo, diálogo e awareness: ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus.1998

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