5 de fevereiro de 2009

Logoterapia

O sentido da vida, concluiu Frankl, era o segredo da força de alguns homens, enquanto outros, privados de uma razão para suportar o sofrimento exterior, eram acossados desde dentro por um tirano ainda mais pérfido que Hitler - o sentimento de viver uma futilidade absurda.

Olavo de Carvalho


Nascido em 26 de março de 1905, em Viena, Viktor Frankl, aluno brilhante na juventude, formou-se em medicina, especializando-se em Psiquiatria por volta de 1930, tendo porém escrito seu primeiro livro aos 19 anos. Logo começou a dedicar-se ao estudo da Psicanálise de Sigmund Freud e da Psicologia de Alfred Adler. Galgou então, o cargo de chefe da Clínica de Neurologia e Psiquiatria da Universidade de Viena. Apanhado pela guerra quando dirigia o Hospital Judeu de Viena, foi deportado pelos nazistas, em 1932, para os campos da concentração de Auschwitz o Dachau onde permaneceu até 1945.

Nos anos de sofrimento perdeu o pai, a mãe, um irmão e Tilly, sua mulher grávida. Nesse ambiente de destruição e morte, foi desenvolvendo, nos pedaços de papel que encontrava, a Logoterapia, ou seja, uma forma de filosofia que leva o indivíduo de um sentido para a vida devendo o homem, só menos, ser o principal responsável por seus atos. Ele ensinava seus companheiros dos campos de concentração até passar o dia com um naco de pão de suportar com a máxima intensidade os maus tratos que sofriam.

Para Frankl, nada é mais importante do que a busca pelo sentido da vida. Dizer que esta é um fim em si mesma, equivale a negar-lhe qualquer sentido convertendo o ente humano em vítima indefesa dos fatalismos do destino. Semelhante atitude não passa de um estratagema pseudocientífico; é uma cômoda cobertura, que visa a colocar o homem sob o império de seus impulsos instintivos, ou torná-lo joguete de disposições genéticas irremediáveis, ou ainda, institucionalizar falhas de conduta e desvios caracterológicos, fruto dos defeitos educacionais de seu ambiente familiar e escolar, ou gerados pela pressão social do meio em que vive, fatores contra os quais seria inútil rebelar-se.

Frankl mostra que por mais grave que seja uma doença, física ou mental, o ser humano é dotado de uma dimensão que jamais é atingida: a noética, ou espiritual. É bom insistir que este espiritual nada tem a ver com o espiritualismo místico-religioso, sobrenatural, mas é a instância natural mais nobre e elevada em valores que todo homem possui. Assim, para a logoterapia o homem é uma unidade composta pelo amálgama biopsicosocionoético, e é, exatamente, o noético que Frankl procura alcançar. Acrescentamos, porém, o forte teísmo de Frankl, impregnando todos seus gestos.

Viktor Frankl faleceu em Viena, em 2/9/97, com a idade de 92 anos

Logoterapia

Seu pensamento era que a motivação básica do comportamento do indivíduo é uma busca pelo sentido para sua vida e que a finalidade da terapia psicológica deve ser ajudá-lo a encontrar esse significado particular. Seu interesse é encontrar uma maneira simples de analisar e dar atenção a uma neurose negligenciada, que é a necessidade de se encontrar sentido para a vida.

Para Frankl, a principal preocupação do homem é estabelecer e perseguir um objetivo, e é esta busca que é capaz de dar sentido à sua vida, fazendo para ele valer a pena viver, e não a satisfação de seus instintos e o alívio de tensões como sustenta a psicanálise ortodoxa. Não se trata, portanto, de um sentido para a vida em termos gerais, mas um sentido pessoal para a vida de cada indivíduo, que este escolhe, mas também pode criar.




Frankl teorizou que o indivíduo pode encontrar um sentido para sua vida por três vias:

(1) criando um trabalho ou realizando um feito notável, ou ao sentir-se responsável por terminar um trabalho que depende fundamentalmente de seus conhecimentos ou de sua ação,
(2) experimentando um valor, algo novo, ou estabelecendo um novo relacionamento pessoal. “Este é também o caso de uma pessoa que está consciente da responsabilidade que tem em relação a alguém que a ama e espera por ela”;
(3) pelo sofrimento, adotando uma atitude em relação a um sofrimento inevitável, se tem consciência de que a vida ainda espera muito de sua contribuição para com os demais.


Referências:

http://www.redepsi.com.br/portal/modules/wordbook/entry.php?entryID=1747
http://www.oraetlabora.com.br/artigos/logoterapia.htm
http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/1258/material/A%20Fenomenologia%20de%20VIKTOR%20FRANKL%20e%20Rollo%20May.doc
http://www.oindividuo.com/convidado/olavo1.htm

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