29 de novembro de 2015

Terapia Familiar Sistêmica

   A Terapia familiar é um método psicoterapêutico que utiliza como meio de intervenção sessões conjuntas com os diversos elementos de um sistema familiar, não é uma terapia da família, mas com a família, aqui o conceito de família é usado em sentido lato, englobando todos os elementos significativos do contexto em que se vai centrar a intervenção, considerando a família como uma unidade vital e duradoura importante para o indivíduo devido aos laços biológicos e emocionais que a caracterizam e as regras especificas que governam as suas relações.

   Em terapia familiar sistêmica a família é definida como um sistema, isto é, um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações em continua relação com o meio exterior, mantendo o seu equilíbrio interno no decurso de um processo de desenvolvimento complexo, com crises regulares que exigem um reajustar flexível do conjunto das regras que regulam o funcionamento do sistema familiar.

Os princípios fundamentais da terapia familiar sistêmica são:

-A família é um sistema aberto, em relação dinâmica com a comunidade circundante, com duas tendências fundamentais: a tendência para a homeostasia, através da qual mantem o seu equilíbrio, e a tendência para a transformação, pela qual a família desenvolve processos de adaptação e mudança no decurso das suas crises regulares.
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- Quando existe um elemento portador de um sintoma psicológico, deve ser considerado no seu contexto familiar e social, como sinal de uma homeostasia perturbada no sistema. Este elemento e tratado em sessões conjuntas com a sua família e/ou elementos significativos do seu universo relacional.

- A etiologia dos sintomas psiquiátricos é função de um campo de transações complexo, em que a causalidade é substituída pela probabilidade e por um determinismo estruturado, multifatorial e oposto ao reducionismo monocausal tradicional;

- O diagnóstico é um diagnóstico sistêmico, no qual não é esquecido o papel do terapeuta que também se comete na análise do conjunto.



Quando está indicada uma terapia familiar?

-Sempre que houver uma perturbação no sistema biopsicossocial humano (casal, família, empresa, grupo de trabalho, etc.). Torna-se, contudo, necessário que o sistema em causa aceite a intervenção e haja um ou vários terapeutas treinados no trabalho sistêmico

- Sempre que através do relato de um indivíduo o terapeuta pressinta a disfunção do sistema familiar (o clássico padrão do bode expiatório);

-Sempre que o problema apresentado o seja em termos de interação, como por exemplo, nos casos de conflito marital, problemas pais-filhos no contexto da adolescência, crise familiar após separação ou morte, etc.;

- Em situações patológicas em que seja evidente a importância de trabalhar o sistema relacional do indivíduo portador do sintoma, como única forma de quebrar a cadeia de interações que o perpetua, como nos casos de sintomas fóbicos, anorexia mental, alcoolismo, asma brônquica, tentativa de suicídio juvenil, etc.

  A terapia familiar está contraindicada sempre que exista oposição de toda a família ou mesmo de um elemento significativo desta. Uma avaliação rigorosa da situação do sistema pode levar a contraindicação da intervenção, por poder precipitar uma descompensação para um dos seus membros.


 Fonte: 
Sampaio, Daniel. Terapia Familiar sistêmica: Um novo conceito, uma nova prática. Disponível em

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